quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Poder da Inteligência Emocional - Daniel Goleman (vídeo: Prêmio Jabuti)

Capítulo 3 – A Neuroanatomia da Liderança
Daniel Goleman afirma que a área pré-frontal do cérebro é a sede da atenção e da autoconsciência e abriga os sentimentos positivos.  A paixão pelo trabalho, no âmbito cerebral, significa que os circuitos ligados ao córtex pré-frontal esquerdo produzem um fluxo contínuo de sentimentos agradáveis enquanto se trabalha.

Pensamentos agradáveis funcionam como uma espécie de encorajamento, possibilitam saber da sensação agradável que decorrerá da satisfação futura ao atingir os resultados esperados.
No cérebro pré-frontal situa-se ainda  a capacidade de afastar os sentimentos de frustração e preocupação que poderiam desencorajar a pessoa a  prosseguir, a perder as esperanças.

Para Goleman, por mais que os incentivos tradicionais tais como bonificações ou   reconhecimento, possam estimular o desempenho, não existe motivador externo capaz de fazer alguém dar o melhor de si. Autoconsciência, autogestão, consciência social e administração de relacionamentos são os principais domínios da Inteligência Emocional. A autogestão proporciona transparência, uma vez que a abertura autêntica em relação às próprias crenças e sentimentos proporciona integridade, passa a sensação de um líder confiável. A autoconsciência emocional permite identificar nossas próprias emoções e reconhecer seu impacto nos relacionamentos, e permite, ainda, conhecer nossos próprios limites e possibilidades, fundamentos essenciais para a autoconfiança.

Líderes autoconscientes encontram tempo para refletir com tranqüilidade, em geral afastados de interrupções. Isto faz com que se possam agir de forma ponderada, evitando-se reações impulsivas. Goleman destaca a importância de manter sob controle os impulsos destrutivos, salientando o autocontrole como aspecto essencial na autogestão. Mostra que o líder precisa aprender a enxergar o lado bom dos acontecimentos e mostrar prontidão para agir e aproveitar as oportunidades. Segundo o autor, a competência pessoal precisa somar-se à competência social, fundamentada na empatia e que permite perceber as emoções alheias e compreender o ponto de vista do outro, bem como se empenhar na satisfação dos clientes, dos colegas de trabalho e dos subordinados. A capacidade para administrar os relacionamentos é o outro aspecto da competência social e possibilita ao líder motivar a equipe através de uma visão instigante, utilizando-se de variadas técnicas de persuasão. A administração habilidosa dos relacionamentos consiste em lidar com as emoções alheias, tendo-se consciência das próprias emoções. Não se trata de uma mera questão de cordialidade, embora esta seja muito importante no exercício da liderança.

Goleman enfatiza a capacidade de dar feedback como aspecto essencial da liderança e mostra que bons líderes destacam e cultivam as capacidades dos subordinados e são capazes de atuar como orientadores quando o desempenho não é satisfatório. Administrar conflitos e estimular a cooperação, constituem os outros fatores que compõem a competência social.

A intuição torna-se um atributo fundamental. Existem muitas coisas que o líder não consegue prever usando dados. Como saber o que será necessário daqui a três anos? Por mais que se tenham dados, o futuro é incerto. Visão, continua sendo um atributo essencial da liderança. Mas intuição, sozinha, pode levar a equívocos. A intuição é mais um dado. O cérebro registra, o tempo todo, regras de decisão referentes ao que funciona ou não em determinadas situações, congregando lições de vida de modo a nos preparar melhor para a próxima vez que nos depararmos com um desafio. Este tipo de aprendizagem ocorre em uma zona profunda do cérebro, fora do alcance das palavras. Os líderes precisam aprender a confiar em suas sensações viscerais para terem acesso à sua própria história de vida. Sempre que o líder se depara com momentos nos quais precisa contar com sua  experiência de vida, seu cérebro recorre silenciosamente a ela, chegando à melhor conclusão possível. Sem prestar atenção aos próprios sentimentos, o líder não terá como detectar as mensagens viscerais.

Se o líder não souber nomear o que estiver sentindo, ficará confuso ao ter que gerenciar os  sentimentos dos outros, não terá como controlar suas emoções. Neste caso, as emoções o controlam. Quando se trata de sentimentos como entusiasmo ou alegria, não há problema. Mas se ele experimenta emoções como raiva, frustração, ansiedade e pânico, pode viver surto emocional destrutivo. Goleman comenta que uma tomografia cerebral de uma pessoa irritada ou ansiosa mostra grande atividade da amídala cerebral. E, portanto, os neurônios da amídala são de importância fundamental para impedirem que a pessoa seja arrebatada pela tensão. Evidentemente que situações extremas e contratempos da vida abalam qualquer um. O que se pode fazer é evitar que as urgências da vida afetem os relacionamentos profissionais. Pessoas desagradáveis provocam irritação ou desconforto nos outros. Por isso, aprender a agir de modo positivo diante de pessoas com esta característica, parece ser a melhor alternativa. Goleman acredita que, líderes emocionalmente inteligentes procuram encontrar formas de ficarem menos irritados.  Pessoas irritadiças confessam que não conseguem se zangar quando a outra pessoa age de forma positiva.

Mesmo sobre intensa pressão, quem permanece otimista, irradia ressonância ao manter sentimentos e impulsos sob controle. Esta postura cria ambiente de confiança e conforto. A autogestão proporciona transparência, uma vez que a abertura autêntica em relação à próprias crenças e sentimentos proporciona integridade, passa a sensação de um líder confiável. Líderes emocionalmente inteligentes sabem que precisam agir de acordo com seus próprios valores. Sabem que transparência e adaptabilidade são condições fundamentais para  superar obstáculos e buscar a excelência interna. O autor acredita que  a empatia é a atitude que permite manter-se em sintonia com a atmosfera em que uma conversa se desenvolve.  Sempre que se estabelece uma comunicação genuína com alguém se experimenta o “entrosamento de cérebros”.  Mas a  empatia é apenas um dos ingredientes necessários da liderança. O outro é a capacidade do líder de transmitir sua mensagem de modo a mobilizar os demais. Seu sonho precisa inspirar entusiasmo e apontar para um futuro cheio de esperança, ser capaz de acalmar temores.  Tudo isto levaria a perceber e compartilhar valores. 

Enfim, empatia implica ouvir, colocar-se no lugar do outro e manter o fluxo da comunicação.



O Prêmio Jabuti é o mais importante prêmio literário do Brasil. Lançado em 1959, foi idealizado por Edgard Cavalheiro quando presidia a Câmara Brasileira do Livro. Desde a primeira premiação, o Jabuti foi se aprimorando e, ao longo dos anos, foi ganhando novas categorias. Hoje contempla desde romances a livros didáticos e desde livros de ilustração a projetos gráficos. O escritor a receber mais vezes o prêmio foi Bruno Tolentino, tendo sido premiado três vezes na categoria Poesia, com os livros As horas de Katharina, O mundo como Ideia e A imitação do amanhecer.

Em 2010, o Grupo Editorial Record deixou o prêmio por não concordar com os critérios de avaliação das publicações e concessão dos prêmios. O presidente do grupo, Sergio Machado, disse que "não compactua com uma comédia de erros", e que o "Jabuti virou um concurso de beleza, com critérios de programas como os de Faustão e Silvio Santos" e "pautado por critérios políticos, sejam da grande política nacional, sejam da pequena política do setor livreiro-editorial"

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