terça-feira, 3 de agosto de 2010

As crianças ÍNDIGO - Lee Carrol / Jan Tober

Teus filhos não são teus filhos.
São filhos e filhas da vida adorando-se a si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
Podem dar-lhes amor, mas não os pensamentos,
Porque eles têm os seus próprios pensamentos.
Podem trazer os seus corpos, mas não as suas almas.
Porque as suas almas moram na casa do amanhã,
Que vocês não podem visitar, nem sequer em sonhos.
Podem tentar ser como eles,
Mas não queiram que eles sejam como vós.
Vós sois os arcos dos quais partem os vossos filhos, quais flechas vivas.
Que a flexibilidade nas mãos do archeiro seja de prazer.

Kahlil Gibran - O Profeta


Estratégias para guiar uma Criança Índigo
Por Cathy Patterson


Sou professora de educação, e trabalho num programa especial para ajudar estudantes com severos
problemas de comportamento. Nestes anos de trabalho com estudantes com problemas de atenção e perturbações emocionais, tenho dado apoio tanto aos professores como aos pais. Também encontrei um grande número de crianças catalogadas como crianças com desordem de atenção, as quais, uma vez supridas as suas necessidades emocionais, tanto em casa como na escola, deixaram os medicamentos... o que indica um diagnóstico errado. Existem, é claro, crianças com verdadeiras desordens de atenção devido, possivelmente, a desequilíbrios neurológicos ou a danos cerebrais, que não podem funcionar adequadamente sem os medicamentos apropriados. Trata-se de crianças com verdadeiros problemas, e não são necessariamente Crianças Índigo.

Na seção seguinte, gostaria de discutir algumas das novas mudanças de energia que testemunhei dentro do sistema educativo, assim como alguns dos problemas e velhos padrões de energia relacionados com a disciplina que está a afetar as crianças emocionalmente perturbadas. Muitas delas serão, provavelmente Crianças Índigo.

Os velhos padrões de energia nas escolas estão baseados na crença de que as crianças são simples veleiros que devem ser carregadas de conhecimento por um perito: o professor. No sistema tradicional, os estudantes estudam para serem membros contribuintes na sociedade, aprendendo tudo o que se precisa para conseguir um emprego. O professor envergonha-os e os compara-os uns com os outros, pois supõe-se que isto os motiva a produzir e a escrever mais. Nesta atmosfera, qualquer criança que não mostra conformidade com o sistema é considerado como uma «criança problema».

Por sorte, muitos educadores contemporâneos desenvolveram numerosas técnicas e estratégias mais
centradas no estudante como a auto-avaliação, a autodireção de planos educativos, currículo, etc. Por exemplo, os professores das escolas básicas na Colúmbia Britânica não usam a letra “F” para indicar fracasso mas sim “EP” que significa “em progresso”, ou seja o estudante está a levar um pouco mais de tempo para alcançar os objetivos do curso.

Da mesma forma, alguns educadores introduziram programas que promovem as capacidades de liderança nas crianças. Os progenitores estão a adotar um papel mais ativo nas escolas participando nas Reuniões de Pais.

Um dos últimos vestígios da velha energia nas escolas tem a ver com os métodos de disciplina que se usam. Infelizmente, muitas crianças ainda são tiradas da sala de aula como castigo, ou enviadas ao gabinete do diretor aonde recebem um sermão sobre bom comportamento. O último recurso, se reincidem, é mandá-las para casa. O problema com este sistema é que as crianças aprendem a suprir as suas necessidades de atenção e reconhecimento de forma negativa. Aprendem a chamar a atenção quando são postos da fora da sala de aula – todas as outras crianças sabem os seus nomes, especialmente se isto acontece com frequência.

Desde o seu nascimento as Crianças Índigo precisam de reconhecimento e estatuto. Se não são adequadamente orientadas, aprendem a suprir as suas necessidades de forma negativa e à custa da sua educação.

Mandá-las de volta para casa será o melhor prémio que poderão receber, uma vez que não terão de
fazer os trabalhos, ver televisão ou entreter-se com jogos de vídeo. Os pais ficariam horrorizados se soubessem do tempo que muitas crianças ficam de castigo nos corredores das escolas. Estas velhas técnicas disciplinares estão a alterar-se. Acredito firmemente que os pais fazem parte desta mudança. Os pais precisam de começar a perguntar, nas escolas, sobre práticas disciplinares e se as necessidades dos seus filhos estão a ser supridas.

As necessidades dos seus filhos estão a ser satisfeitas na escola?

As crianças precisam de segurança, atenção, respeito, dignidade e um lugar seguro ao qual sentem que pertencem. As seguintes perguntas podem ajudar os pais a decidir se estas necessidades estão a ser atendidas na escola:

- A escola do seu filho tem um plano de disciplina?
- É costume pôr as crianças no corredor ou suspendê-las, como solução para problemas de mau comportamento?


Se isto acontece, sugira alternativas.

- Qual é o ambiente na sala de aula do seu filho?
- Os trabalhos dele são exibidos nas paredes da sala?
- O professor cumprimenta as crianças com respeito?
- Elas são elogiadas numa perspectiva positiva?
- De uma maneira positiva, o professor permite que os estudantes desempenhem cargos de poder e
responsabilidade, tais como designá-los como seus colaboradores, terem tarefas especiais, etc.?
- O professor divide as tarefas para não sobrecarregar os estudantes? Os estudantes com problemas de atenção precisam de ir passo a passo, de uma tarefa para outra, e podem requerer recursos visuais como uma tabela de «estrelas» onde se mostre em quanto tempo terminaram uma tarefa. Assim, se eles tiverem muitas «estrelas» significa que têm tempo livre para se dedicarem a outro projeto.
- As crianças conhecem o propósito das tarefas? Se perguntam por que têm de fazer determinada coisa, o professor proporciona uma explicação amigável, ou ameaça-as com as consequências caso não a realizem?
- Se alguém tem dificuldade em entender um tema, o professor adapta e modifica o material de tal
modo que o estudante possa terminar o trabalho juntamente com os demais colegas de classe?
- Se as crianças não prestam atenção na aula, são separadas da pessoa ou do objecto que as distrai?
- As crianças são mantidas longe das actividades da classe, ou sentem-se envergonhadas e separadas do grupo?
- O professor concentra-se em informar apenas os problemas, mas não a conduta positiva da criança?
- Existe um caderno de comunicação, assinado pelo professor diariamente, que permite aos pais ficarem a saber como a situação escolar do filho vai evoluindo, e quais são as mudanças positivas?


Examine este caderno todos os dias e converse positivamente com a criança sobre o seu comportamento na escola.

- Qual é a sua própria visão sobre educação? É importante? Você colabora com as pessoas da escola?
- Você gosta do professor do seu filho? Critica este professor na frente do seu filho?
- As necessidades do seu filho estão a ser satisfeitas na sua própria casa?


As perguntas seguintes ajudarão a identificar se a atmosfera do lar contribui para o desenvolvimento do seu filho.

- Sente que a opinião do seu filho é valiosa e que pode aprender com ele? Ou, simplesmente, você está sempre a ensinar e a dar sermões?
- Ouve o seu filho e diverte-te com ele? Permite que a sua própria criança interior brinque com ele?
- Respeita a privacidade do seu filho e o seu espaço pessoal?
- Explica as razões por que algumas vezes tem que tomar certas decisões?
- Gaba–os com frequência e oferece-lhes três elogios por cada crítica que lhe faz?
- Ensina o seu filho a ter respeito e compaixão por outras pessoas?
- Dedica tempo a explicar-lhe sobre diferentes aspectos do mundo como, por exemplo, por que precisamos da chuva? Você ouve-os quando eles tentam explicar seus próprios pontos de vista sobre o mundo?


Escute suas explicações com atenção, mesmo que já conheça a informação.

- Faz coisas por ele que ele poderia fazer por si próprio?
- Reúne regularmente a família para debater as responsabilidades de cada um, e como será divertida a próxima caminhada?
- O seu filho tem um papel importante nessas reuniões e participa nas tomadas de decisões?
- Nessas reuniões, determinam quais as consequências dos maus comportamentos e quais os privilégios dos bons?
- Ouve o seu filho quando ele se queixa de solidão, depressão ou sentimento de isolamento? Ou diminui a importância do assunto crendo tratar-se de uma fase passageira do seu desenvolvimento?
- Dás-lhe excessivos alimentos com açúcar ou conservantes? Ele sofre de alguma alergia ou mostra sinais de hiperatividade, depois de ingerir determinados alimentos?


Estabelecendo limites e normas

Os pais não ajudarão aos seus filhos limitando-se a explicar que eles são Crianças Índigo, e permitindo um mau comportamento, sem estabelecer limites e normas. Também estas crianças que, eventualmente, irão elevar a consciência do planeta, precisam de limites. A Criança Índigo precisa que nós a corrijamos e lhe ponhamos limites. As sugestões seguintes são estratégias efetivas para, simultaneamente, proporcionar disciplina e preservar a dignidade da criança:

- Quando der uma ordem, diga algo como: “Preciso que me ajudes a tirar os sapatos da entrada, por favor”. A expressão chave é “Preciso que me ajudes...”

- Avise o seu filho que deve estar pronto uns minutos antes de uma atividade, por exemplo o jantar.

- Dê aos seus filhos tantas oportunidades quanto possa. Se, normalmente, eles não gostam de sentar-se à mesa, diga-lhes que podem escolher sentar-se dentro de um ou dois minutos. Se eles lhe apresentam uma outra alternativa que seja lógica, como e de que irão sentar-se depois de acabarem a sua brincadeira, então aceite.

- Dê uma ordem de cada vez para não os sobrecarregar com muitas ordens ao mesmo tempo.

- Coloque uma cadeira num espaço separado e silencioso para onde pode enviar o seu filho quando ele se comporta mal. As crianças não devem ser enviadas para o seu quarto como castigo, principalmente se está cheio de brinquedos e distrações com os quais poderá brincar, pois não se sentirão castigadas.


As crianças sentem-se mais seguras com rotinas regulares, e respondem melhor quando têm horários
definido para comer, dormir, brincar ou, simplesmente, tempo livre.

- Lembre-se de ser firme, mesmo que algumas vezes sinta que lhe falta energia para continuar o seu plano de disciplina. De outro modo, as crianças depressa aprenderão que não precisam de cumprir normas porque você está mudando constantemente.

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