Em alguns dos grandes macacos, as diferenças entre jovens e adultos são bastante expressivas, onde temos um orangotango e sua cria qual é o chimpanzé jovem?
De fato os dois teriam a idade relativa a adolescência no Homem, porém um chimpanzé-pigmeu ou bonobo, esta questão esta colocada propositalmente para ilustrar o conceito de neotenia explicado anteriormente O Bonobo representa a espécie de macacos que apresentou maior similaridade ao Homem através de comparações do material genético (DNA) e também é caracterizado pela ocorrência de neotenia. Bonobos retêm as características juvenis na fase adulta, da mesma maneira que nós fazemos. De fato, eles se assemelham a nós em muitas formas.
Relacionado a nossa retenção de características juvenis na fase adulta, está o nosso padrão desacelerado de desenvolvimento. Os seres humanos são os que levam muito mais tempo para amadurecer e portanto dependem por mais tempo dos pais em relação a descendência de qualquer outra espécie.
Chimpanzés amadurecem sexualmente aos 5 anos; seus ossos do crânio se fundem na mesma época e é nesse ponto que ocorre a diminuição drástica da capacidade de aprender coisas novas. Por outro lado os seres humanos amadurecem sexualmente por volta dos 12- 14 anos de idade; nossos ossos do crânio se fundem aos 16; e nós continuamos aprendendo ao longo de toda a vida. Permanecendo saudáveis, nós não perdemos a capacidade para aprender coisas novas. Além disso, é difícil dizer quando nós ficamos realmente independentes de nossos pais.
Nosso desenvolvimento retardado é provavelmente relacionado com o aumento geral no tamanho de cérebro de nossos antepassados. O tamanho do cérebro não pôde aumentar indefinidamente, obviamente, sem conseqüências fatais para o feto. Fetos com tamanho do crânio muito grande tem problemas durante parto. O tamanho da pélvis feminina é um fator limitante do crescimento do crânio, pois também não pôde aumentar sem prejudicar a mobilidade da fêmea. Sendo assim, houve uma diminuição na velocidade de crescimento do cérebro e postergou-se tal desenvolvimento após o nascimento da criança. Desta forma houve um comprometimento global do padrão de crescimento humano, e não só do desenvolvimento do cérebro fetal que reduziu a velocidade. Este padrão desacelerado de desenvolvimento é genético e tem conseqüências enormes na cultura humana.
O significado, em termos práticos, desta redução na velocidade de desenvolvimento é que as crianças nascem completamente impotentes e permanecem assim durante um tempo considerável. É como se experimentassem outro ano de gestação fora do útero, enquanto ocorre o crescimento rápido do cérebro. Dada a extrema dependência de nossa prole, que se estende até os 12 ou mais, a estratégia humana para uma reprodução efetiva, envolve ter uma descendência relativamente pequena e dedicar quantias enormes de energia para orientar e acompanhar o crescimento de cada um.
A longa relação íntima da mãe com a criança, provavelmente é a característica central de nossas vidas; é ai que se forma a base de nossa vida social posterior. Humanos normalmente são capazes de unir profundamente com outros e de estabelecer relações duradouras de muitos tipos. Esta capacidade parece relacionada ao nosso longo período de dependência juvenil.
Olhando a relação do lado do pai, indivíduos ou grupos de humanos tem sido capazes de prover uma quantia sem precedente de cuidados e atenção para os jovens com o objetivo de sobrevivência da espécie grupo cultural.
É interessante notar nesta consideração que todas as sociedades humanas reconhecem relações de afinidade complexas e praticam alguma forma de matrimônio. Estes relacionamentos podem, a fundo, representar modos práticos para organizar apoio ao cuidado de crianças.
Uma característica física incomum de fêmeas humanas provavelmente teve um papel fundamental neste conjunto de adaptações: no Homem, o estro ou período fértil é disfarçado no ciclo da fêmea, nem ela nem o companheiro pode precisar tal período. Em muitos mamíferos, como chimpanzés, o comportamento sexual é estritamente controlado geneticamente pelos hormônios lançados pela fêmea durante o período fértil.Quando um chimpanzé fêmea está em estro, ela acasala com machos da redondeza. O conceito de " escolha " nestes acasalamentos não pode ser aplicado ao macho ou fêmea, que simplesmente respondem aos estímulos hormonais.
Nos humanos, o período de fertilidade não é percebido e parece não afetar o comportamento sexual. Comportamento sexual pode acontecer em qualquer fase do ciclo. Portanto sob este aspecto os humanos estão livres da determinação do ciclo estral e podem escolher quando se acasalar. Freqüentemente, as relações macho-fêmea são duradouras ou simplesmente longas, entretanto o comportamento de acasalamento pode ser tão casual como o que ocorre entre os chimpanzés.
Finalmente é interessante especular quanto do desenvolvimento da cultura foi direcionado pela necessidade de cooperação no provimento de cuidados para os jovens humanos (que apresentam desenvolvimento desacelerado) e quanto que essa relação longa e intensa entre a criança e pais influenciou o desenvolvimento da linguagem e outros aspectos típicos do nosso comportamento social.
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