As preces devem emanar do coração, onde Deus habita, e não na cabeça, onde as doutrinas e as dúvidas se chocam.
Pode uma pessoa ensinar meditação a outra?
É possível ensinar a postura, a posição das pernas, pés ou mãos, a forma e o ritmo de se respirar... Meditação é uma atividade do mais íntimo do ser humano, ela envolve uma profunda quietude subjetiva – o esvaziamento da mente e o encher-se com a luz que emerge da divina chama interior. É uma disciplina que não se ensina em livros...
Todos estamos trilhando o caminho para Deus, mas alguns têm mais consciência dessa viagem do que outros. Alguns vagam numa corrente preguiçosa, enquanto outros se lançam ao seu destino como que guiados por uma bússola.
Como começar?
Se você algumas vez contemplou com deslumbramento uma noite estrelada ou se maravilhou com o milagre de uma flor silvestre, você já começou a meditar.
A graça de Deus é concedida a cada devoto conforme o nível de sua consciência espiritual.
O oceano é vasto e ilimitado, mas a quantidade de água que você pode pegar dele é determinada pelo tamanho do recipiente que você leva até suas margens. Se o recipiente for pequeno, você não pode enchê-lo além de sua capacidade limitada. Do mesmo modo, se seu coração estiver contraído, a graça Divina será igualmente limitada. Abra seu coração libertando-se das diferenças restritas e, assim, reconheça a verdade de que o Divino habita em todos.
Se os homens conhecessem o caminho para a alegria e a paz permanentes, eles não vagariam, distraídos, pelas alamedas do prazer sensual. Da mesma maneira como a alegria sentida nos sonhos desaparece quando você desperta, a alegria sentida quando você está acordado também desaparece quando você desperta para a consciência mais elevada. Faça o melhor uso do momento presente para se tornar consciente da Divindade latente em tudo. Quando morrer, você não deve morrer como um animal ou um verme, mas como um homem que percebeu que é um Deus.
Tudo é divino. Quando você está seguro da sua divindade, você, então, certamente reconhecerá a divindade do próximo.
O amor não age com interesses; o egoísmo é falta de amor. O amor vive de dar e perdoar e o egoísmo vive de tomar e esquecer.
As palavras têm tremendo poder. Elas podem incitar emoções e podem acalmá-las. Elas comandam, enfurecem, revelam ou confundem. São forças poderosas que trazem à tona grandes reservas de energia e sabedoria. Tenha, portanto, fé no nome do Senhor e repita-o sempre que puder.
Comece o dia com amor.
Viva o dia com amor.
Preencha o dia com amor.
Termine o dia com amor.
Esse é o caminho para Deus.
Sathya Sai Baba
terça-feira, 31 de agosto de 2010
A cabala do dinheiro - Nilton Bonder
PARNASSÁ a cabala do sustento
Como parte da trilogia "A CABALA DA COMIDA", "A CABALA DO DINHEIRO" e "A CABALA DA INVEJA", este segundo volume trata primordialmente da relação do indivíduo com o seu mundo e o sistema de valoração do universo que o cerca.
Inspirado no ditado judaico "De três maneiras é um homem conhecido: por seu COPO, por seu BOLSO e por sua IRA" (KOSSÓ, KISSÓ VE-KAASSÓ), estaremos aqui abordando o BOLSO (KIS-SÓ) e o quão reveladora é nossa atitude para com ele. Em todo BOLSO surgem questões de sobrevivência e suas fronteiras - do excedente, da posse, do poder e da insegurança.
Diz esta mesma tradição: "O mais longo dos caminhos é o que leva ao bolso". Não há meios de
chegar ao bolso sem uma reflexão sobre a vida e seu sentido. Nossa relação com o bolso é reveladora de quem somos e onde estamos neste imenso Mercado de valores que é a realidade.
Nesse sentido, novamente, a tradição judaica tem muito a contribuir. Famosos de forma caricata por seu amor ao dinheiro, os judeus viram seus patriarcas (Abraão, Isaac e Jacó) tornarem-se protagonistas de piadas de avareza e voracidade; tiveram a título de zombaria seu símbolo máximo de impureza, o porco, elevado à categoria de companheiro maior através do cofre em forma de porquinho; e ganharam longos narizes para farejar e orientá-los nos esgotos do subsolo dos sistemas financeiros.
Sem querer entrar em considerações apologéticas, que levariam, com certeza, à exposição da parcialidade do autor, gostaria de convidar o leitor instruído nos caminhos deste mundo a compartilhar de uma reflexão mais objetiva e menos julgadora. Falo ao leitor que reconhece que muito além das classificações de bem ou mal a experiência humana é marcada pela constante correção de nossas intenções na medida em que estas se concretizam em contato com a realidade.
Nossa capacidade de transformar esta experiência em cultura e tradição e expô-la de tal forma a permitir uma crítica intergerações, formadora que é da moral e da ética, possibilita aos seres humanos o autoconhecimento de sua humanidade.
Neste sentido os judeus são imprescindíveis na memória e experiência do Ocidente.
Sobre eles projetaram muitas das fantasias coletivas deste Ocidente. Muitas das vivências
sublimadas e contidas pelo indivíduo civilizado tomaram forma neste "outro". Outro que pareceu exorcizável e que talvez só não tenha sido a partir da consciência de que o fim do problema-judeu era também o fim da solução-judeu. Adianto a idéia de que os judeus talvez não tenham sido um problema do Ocidente, mas solução deslocada. Não me cabe, porém, estender estes pensamentos já elaborados por trabalhos de grande consistência. A mim interessa ressaltar que "os traços negativos" dos judeus em muitas situações são reveladores de um esforço cultural exatamente no sentido oposto. Tal qual fantasiamos sobre o rabino que nos bastidores do templo come porco, ou o padre que tem encontros secretos no confessionário, ou o líder político que tem suas transações fraudulentas em porões sob a tribuna onde defende o povo, grande é a cobrança aos que se propõem assumir uma postura que, ao menos nominalmente, desafia nossos instintos e reações animais. Ou seja, a cultura (que faz exatamente isto) gera em nós um desejo por sua falência, pelo desmascarar do anti-humano de suas proposições teóricas acerca do certo e errado, do construtivo e destrutivo.
Os judeus, com sua tradição fundamentada na ética, instauradora de uma ética ocidental, trazem vários exemplos desta inversão: 1) inventaram a lei fundadora "não matarás", mas a eles é atribuído o grande "assassinato" da História. Os judeus que atravessaram a Idade Média, caracterizada por uma urbanização sem cuidados higiênicos e sanitários e cujos costumes tradicionais, porém, se destacavam exatamente por seu conteúdo higiênico, são retratados, nesse mesmo período, como imundos que se rejubilam em sua imundice. Os judeus possuidores de prescrições alimentares severas são os mesmos acusados de antropofagias rituais com crianças cristãs. Por fim, aos judeus é atribuída a reputação da obsessão pelo dinheiro; seu D'us, que não pode ser representado por imagem, toma a forma do logotipo cifrão.
E é verdade: os judeus respeitam o dinheiro! Percebem neste um conteúdo revelador da
verdadeira distância entre o coração e o bolso.
O verdadeiro sentido do dinheiro, da PARNUSSE, do sustento, tem tratamento ético na tradição dos judeus que não só foi pioneiro como corajosamente humanista. A CABALA DO DINHEIRO é uma tentativa de observar os "insights" dos rabinos sobre a ecologia e a saúde das trocas e da interdependência, reconhecendo, assim, que pelo dinheiro se estabelecem situações cotidianas que desmascaram demagogias e ilusões e acabam por expor-nos de uma maneira que só a prática, o empirismo, pode fazê-lo. Somos o que reagimos, somos o que acreditamos, e nosso dinheiro é uma extensão de nossas reações, de nossas crenças. Seja pelo dinheiro que entra ou pelo dinheiro que sai, nossa compreensão do mundo se dá; e ele é um dos grandes determinadores do que há do lado de fora, do valor que as coisas e as pessoas têm para nós, do valor que temos em relação a coisas e pessoas.
Os rabinos fazem extensa reflexão sobre o dinheiro e lhe dão um tratamento semelhante
ao ministrado ao corpo. Reconhecem, portanto, além da importância da alma e da intenção, a
própria realidade do corpo, meio imprescindível através do qual percebemos quem somos e que
rumo devemos tomar.
Convido-os, portanto, a passear por um mundo conhecido, o mundo do nosso bolso.
Grande "tour" pelo mundo dos mercados, dos reflexos do dinheiro nas dimensões da emoção,
afetividade e espiritualidade. Caminhada por um POMAR que possa fazer com que se afaste de
seu dinheiro a pecha demoníaca, sombra projetada de nossas próprias almas, e que nos permita
aceitar e refletir sobre os limites da riqueza, da solidariedade e da vergonha de nossa humanidade.
O dinheiro em si é uma idolatria não só quando amado mas quando desprezado.
Explicam os rabinos: "Qual a causa da morte? A vida". Qual a causa do dinheiro? O desejo de
justiça. Certos elementos têm a capacidade de absorver para si traços da própria natureza
humana. Estes elementos tornam-se então muito importantes.
Os judeus respeitam o dinheiro. Dinheiro real, que irriga de possibilidades da
subsistência ao tempo livre para o estudo espiritual, que é feito fertilizante e seiva, e em última instância - vida.
Que dinheiro é esse que pode ser assunto de textos sagrados? Que dinheiro é esse de que se ocupam os sacerdotes? Que dinheiro é esse que vai ser moeda também no Mundo Vindouro ou no Paraíso? Como lidar com um mercado da existência que desvaloriza o sentido, que deflaciona nosso tempo e valores, que inflaciona a insatisfação e que torna recessivo o nosso potencial? Respostas a algumas destas perguntas os rabinos nos explicam através de sua busca de uma MOEDA FORTE.
PRÉ-REQUISITOS DO GUESHEFT
"Aquele que queira viver em santidade, que viva de acordo com as verdadeiras leis do
comércio e das finanças." (Talmud Bavli, B.K. 30a)
"Vamos fazer um guesheft (um negócio)..." é uma frase na terra que desencadeia nos céus grande alvoroço. Sagrado é o instante em que dois indivíduos fazem uso de sua consciência na tentativa de estabelecer uma troca que otimiza o ganho para os dois. Fazer negócio, nos moldes imaginados pelos rabinos, coloca à prova todo o esforço da cultura, da espiritualidade e do senso de que a
responsabilidade do indivíduo vai muito além do próprio indivíduo. Só dois santos podem entrar em guesheft, não evitar guesheft por covardia e sair do guesheft com o máximo de ganho relativizado pelo máximo ganho do outro e o mínimo de transtorno ou consumo para o universo.
Este tipo de transação, que pressupõe a utilização não predatória e a satisfação das
necessidades dos que interagem, instaura uma nova natureza. Natureza onde não estamos apenas à mercê do caos externo de uma sobrevivência casual ou determinada pela capacidade puramente física de um indivíduo, mas sim uma natureza onde os conceitos de justiça e a capacidade humana de "perceber" o outro tentam introduzir a presença do sagrado na realidade.
A esta nova natureza dá-se o nome de MERCADO. Quanto menos desenvolvido no sentido rabínico, mais próximo o MERCADO estará de sua natureza primitiva - uma selva.
MERCADO, portanto, é onde gira a capacidade de sobrevivência dos indivíduos de acordo com sua própria percepção do que é sobrevivência. Sua sobrevivência é sua capacidade de arcar com seu sustento físico e de suas responsabilidades. Estas "responsabilidades" é que são fundamentais para que as trocas se dêem num MERCADO rabínico e não da Natureza. A entrada de sobrevivências que não foram taxadas por suas "responsabilidades" envenenam o MERCADO e somam-se ao caráter caótico do que pode nos acontecer. Tão forte é a noção rabí-nica da proximidade entre o MERCADO da NATUREZA, que a seguinte história é relatada:
“A um rabino muito justo foi permitido que visitasse o purgatório (Gehena) e o paraíso (Gan Eden). Primeiramente foi levado ao purgatório, de onde provinham os gritos mais horrendos dos rostos mais angustiados que já vira. Estavam todos sentados numa grande mesa. Sobre ela estavam as iguarias, as comidas mais deliciosas que se possam imaginar, com a prataria e a louça mais maravilhosa que jamais vira. Não entendendo por que sofriam tanto, o rabino prestou mais atenção e viu que seus cotovelos estavam invertidos, de tal forma que não podiam dobrar os braços e levar aquelas delícias às suas bocas. O rabino foi então levado ao paraíso, de onde partiam as mais deliciosas gargalhadas e onde reinava um clima de festa. Porém, ao observar, para sua surpresa, o rabino encontrou todos sentados à mesma mesa que vira no purgatório, contendo as mesmas iguarias, tudo igual - inclusive seus cotovelos, invertidos também -, apenas com um detalhe adicional: cada um levava a comida à boca do outro".
Como parte da trilogia "A CABALA DA COMIDA", "A CABALA DO DINHEIRO" e "A CABALA DA INVEJA", este segundo volume trata primordialmente da relação do indivíduo com o seu mundo e o sistema de valoração do universo que o cerca.
Inspirado no ditado judaico "De três maneiras é um homem conhecido: por seu COPO, por seu BOLSO e por sua IRA" (KOSSÓ, KISSÓ VE-KAASSÓ), estaremos aqui abordando o BOLSO (KIS-SÓ) e o quão reveladora é nossa atitude para com ele. Em todo BOLSO surgem questões de sobrevivência e suas fronteiras - do excedente, da posse, do poder e da insegurança.
Diz esta mesma tradição: "O mais longo dos caminhos é o que leva ao bolso". Não há meios de
chegar ao bolso sem uma reflexão sobre a vida e seu sentido. Nossa relação com o bolso é reveladora de quem somos e onde estamos neste imenso Mercado de valores que é a realidade.
Nesse sentido, novamente, a tradição judaica tem muito a contribuir. Famosos de forma caricata por seu amor ao dinheiro, os judeus viram seus patriarcas (Abraão, Isaac e Jacó) tornarem-se protagonistas de piadas de avareza e voracidade; tiveram a título de zombaria seu símbolo máximo de impureza, o porco, elevado à categoria de companheiro maior através do cofre em forma de porquinho; e ganharam longos narizes para farejar e orientá-los nos esgotos do subsolo dos sistemas financeiros.
Sem querer entrar em considerações apologéticas, que levariam, com certeza, à exposição da parcialidade do autor, gostaria de convidar o leitor instruído nos caminhos deste mundo a compartilhar de uma reflexão mais objetiva e menos julgadora. Falo ao leitor que reconhece que muito além das classificações de bem ou mal a experiência humana é marcada pela constante correção de nossas intenções na medida em que estas se concretizam em contato com a realidade.
Nossa capacidade de transformar esta experiência em cultura e tradição e expô-la de tal forma a permitir uma crítica intergerações, formadora que é da moral e da ética, possibilita aos seres humanos o autoconhecimento de sua humanidade.
Neste sentido os judeus são imprescindíveis na memória e experiência do Ocidente.
Sobre eles projetaram muitas das fantasias coletivas deste Ocidente. Muitas das vivências
sublimadas e contidas pelo indivíduo civilizado tomaram forma neste "outro". Outro que pareceu exorcizável e que talvez só não tenha sido a partir da consciência de que o fim do problema-judeu era também o fim da solução-judeu. Adianto a idéia de que os judeus talvez não tenham sido um problema do Ocidente, mas solução deslocada. Não me cabe, porém, estender estes pensamentos já elaborados por trabalhos de grande consistência. A mim interessa ressaltar que "os traços negativos" dos judeus em muitas situações são reveladores de um esforço cultural exatamente no sentido oposto. Tal qual fantasiamos sobre o rabino que nos bastidores do templo come porco, ou o padre que tem encontros secretos no confessionário, ou o líder político que tem suas transações fraudulentas em porões sob a tribuna onde defende o povo, grande é a cobrança aos que se propõem assumir uma postura que, ao menos nominalmente, desafia nossos instintos e reações animais. Ou seja, a cultura (que faz exatamente isto) gera em nós um desejo por sua falência, pelo desmascarar do anti-humano de suas proposições teóricas acerca do certo e errado, do construtivo e destrutivo.
Os judeus, com sua tradição fundamentada na ética, instauradora de uma ética ocidental, trazem vários exemplos desta inversão: 1) inventaram a lei fundadora "não matarás", mas a eles é atribuído o grande "assassinato" da História. Os judeus que atravessaram a Idade Média, caracterizada por uma urbanização sem cuidados higiênicos e sanitários e cujos costumes tradicionais, porém, se destacavam exatamente por seu conteúdo higiênico, são retratados, nesse mesmo período, como imundos que se rejubilam em sua imundice. Os judeus possuidores de prescrições alimentares severas são os mesmos acusados de antropofagias rituais com crianças cristãs. Por fim, aos judeus é atribuída a reputação da obsessão pelo dinheiro; seu D'us, que não pode ser representado por imagem, toma a forma do logotipo cifrão.
E é verdade: os judeus respeitam o dinheiro! Percebem neste um conteúdo revelador da
verdadeira distância entre o coração e o bolso.
O verdadeiro sentido do dinheiro, da PARNUSSE, do sustento, tem tratamento ético na tradição dos judeus que não só foi pioneiro como corajosamente humanista. A CABALA DO DINHEIRO é uma tentativa de observar os "insights" dos rabinos sobre a ecologia e a saúde das trocas e da interdependência, reconhecendo, assim, que pelo dinheiro se estabelecem situações cotidianas que desmascaram demagogias e ilusões e acabam por expor-nos de uma maneira que só a prática, o empirismo, pode fazê-lo. Somos o que reagimos, somos o que acreditamos, e nosso dinheiro é uma extensão de nossas reações, de nossas crenças. Seja pelo dinheiro que entra ou pelo dinheiro que sai, nossa compreensão do mundo se dá; e ele é um dos grandes determinadores do que há do lado de fora, do valor que as coisas e as pessoas têm para nós, do valor que temos em relação a coisas e pessoas.
Os rabinos fazem extensa reflexão sobre o dinheiro e lhe dão um tratamento semelhante
ao ministrado ao corpo. Reconhecem, portanto, além da importância da alma e da intenção, a
própria realidade do corpo, meio imprescindível através do qual percebemos quem somos e que
rumo devemos tomar.
Convido-os, portanto, a passear por um mundo conhecido, o mundo do nosso bolso.
Grande "tour" pelo mundo dos mercados, dos reflexos do dinheiro nas dimensões da emoção,
afetividade e espiritualidade. Caminhada por um POMAR que possa fazer com que se afaste de
seu dinheiro a pecha demoníaca, sombra projetada de nossas próprias almas, e que nos permita
aceitar e refletir sobre os limites da riqueza, da solidariedade e da vergonha de nossa humanidade.
O dinheiro em si é uma idolatria não só quando amado mas quando desprezado.
Explicam os rabinos: "Qual a causa da morte? A vida". Qual a causa do dinheiro? O desejo de
justiça. Certos elementos têm a capacidade de absorver para si traços da própria natureza
humana. Estes elementos tornam-se então muito importantes.
Os judeus respeitam o dinheiro. Dinheiro real, que irriga de possibilidades da
subsistência ao tempo livre para o estudo espiritual, que é feito fertilizante e seiva, e em última instância - vida.
Que dinheiro é esse que pode ser assunto de textos sagrados? Que dinheiro é esse de que se ocupam os sacerdotes? Que dinheiro é esse que vai ser moeda também no Mundo Vindouro ou no Paraíso? Como lidar com um mercado da existência que desvaloriza o sentido, que deflaciona nosso tempo e valores, que inflaciona a insatisfação e que torna recessivo o nosso potencial? Respostas a algumas destas perguntas os rabinos nos explicam através de sua busca de uma MOEDA FORTE.
PRÉ-REQUISITOS DO GUESHEFT
"Aquele que queira viver em santidade, que viva de acordo com as verdadeiras leis do
comércio e das finanças." (Talmud Bavli, B.K. 30a)
"Vamos fazer um guesheft (um negócio)..." é uma frase na terra que desencadeia nos céus grande alvoroço. Sagrado é o instante em que dois indivíduos fazem uso de sua consciência na tentativa de estabelecer uma troca que otimiza o ganho para os dois. Fazer negócio, nos moldes imaginados pelos rabinos, coloca à prova todo o esforço da cultura, da espiritualidade e do senso de que a
responsabilidade do indivíduo vai muito além do próprio indivíduo. Só dois santos podem entrar em guesheft, não evitar guesheft por covardia e sair do guesheft com o máximo de ganho relativizado pelo máximo ganho do outro e o mínimo de transtorno ou consumo para o universo.
Este tipo de transação, que pressupõe a utilização não predatória e a satisfação das
necessidades dos que interagem, instaura uma nova natureza. Natureza onde não estamos apenas à mercê do caos externo de uma sobrevivência casual ou determinada pela capacidade puramente física de um indivíduo, mas sim uma natureza onde os conceitos de justiça e a capacidade humana de "perceber" o outro tentam introduzir a presença do sagrado na realidade.
A esta nova natureza dá-se o nome de MERCADO. Quanto menos desenvolvido no sentido rabínico, mais próximo o MERCADO estará de sua natureza primitiva - uma selva.
MERCADO, portanto, é onde gira a capacidade de sobrevivência dos indivíduos de acordo com sua própria percepção do que é sobrevivência. Sua sobrevivência é sua capacidade de arcar com seu sustento físico e de suas responsabilidades. Estas "responsabilidades" é que são fundamentais para que as trocas se dêem num MERCADO rabínico e não da Natureza. A entrada de sobrevivências que não foram taxadas por suas "responsabilidades" envenenam o MERCADO e somam-se ao caráter caótico do que pode nos acontecer. Tão forte é a noção rabí-nica da proximidade entre o MERCADO da NATUREZA, que a seguinte história é relatada:
“A um rabino muito justo foi permitido que visitasse o purgatório (Gehena) e o paraíso (Gan Eden). Primeiramente foi levado ao purgatório, de onde provinham os gritos mais horrendos dos rostos mais angustiados que já vira. Estavam todos sentados numa grande mesa. Sobre ela estavam as iguarias, as comidas mais deliciosas que se possam imaginar, com a prataria e a louça mais maravilhosa que jamais vira. Não entendendo por que sofriam tanto, o rabino prestou mais atenção e viu que seus cotovelos estavam invertidos, de tal forma que não podiam dobrar os braços e levar aquelas delícias às suas bocas. O rabino foi então levado ao paraíso, de onde partiam as mais deliciosas gargalhadas e onde reinava um clima de festa. Porém, ao observar, para sua surpresa, o rabino encontrou todos sentados à mesma mesa que vira no purgatório, contendo as mesmas iguarias, tudo igual - inclusive seus cotovelos, invertidos também -, apenas com um detalhe adicional: cada um levava a comida à boca do outro".
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Mahatma Gandhi e Madre Tereza (Movie: Gandhi)
Admiremos o belo e exótico cenário da Índia, entrecortado com algumas cenas fortes de suas contradições, e meditemos sobre a sabedoria espiritual dos seus dois maiores líderes.
Um povo que recebe a liderança espiritual de um Mahatma Gandhi nos momentos críticos de sua história, na luta pela libertação; um povo que nos momentos de dor e sofrimento de seus párias, recebe o espírito protetor de uma Madre Tereza, é, sem dúvida alguma, um povo protegido por Deus. Compreende-se, pois, o surto de desenvolvimento atual desse emergente país, que, não obstante ter a segunda maior população do mundo com todas as contradições internas, surge, fulgurante, aos olhos atônitos do mundo, como promessa de se tornar uma das maiores potências do planeta. Não há dúvida que esse sofrido povo, após o resgate de seu carma inicial, pela absorção dos exemplos evangélicos de seus líderes maiores – da não-violência e do amor – passou a contar com a merecida justiça divina.
A minha fé mais profunda é que podemos mudar o mundo pela verdade e pelo amor. (Gandhi)
A força não provém de uma capacidade física e sim de uma vontade indomável. (Gandhi)
Dai-me um povo que acredita no amor e vereis a felicidade sobre a terra. (Gandhi)
O único tirano que aceito nesse mundo é a pequena voz silenciosa que há dentro de mim. (Gandhi)
Para mim, as diferentes religiões são lindas flores, provenientes do mesmo jardim. Ou são ramos da mesma árvore majestosa. Portanto, são todas verdadeiras. (Gandhi)
Outro dia sonhei que estava nos portões do Paraíso. E São Pedro disse, ‘Volte para a Terra. Não existem favelas aqui. (Madre Tereza)
(Citação de sua conversa com o Príncipe Michael da Grécia em 1996.)
Quando vejo o desperdício, sinto raiva dentro de mim. Eu não aprovo eu mesma sentir raiva. Mas é algo que não se pode evitar de se sentir após vermos a Etiópia. (Madre Tereza) – Washington 1984.
Às vezes pensamos que a pobreza é apenas fome, nudez e desabrigo. A pobreza de não ser desejado, não ser amado e não ser cuidado é a maior pobreza. É preciso começar em nossos lares o remédio para esse tipo de pobreza. (Madre Tereza)
Taj Mahal - Foram necessários 20.000 operários, 1.000 elefantes e 17 anos para construir o Taj Mahal, classificado como Patrimônio Mundial. O derradeiro símbolo de amor supremo.
Eu vejo Deus em cada ser humano. Quando limpo as feridas do leproso, sinto que estou cuidando do próprio Senhor. Não é uma experiência maravilhosa?
(Madre Tereza)
Lago Pichola
Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba. Não ame por admiração, pois um dia você se decepciona... Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação. (Madre Tereza)
Darjdeereleng
Nós mesmos sentimos que o que fazemos é uma gota no oceano. Mas o oceano seria menor se essa gota faltasse. (Madre Tereza)
O milagre não é realizarmos esse trabalho, mas que sejamos felizes fazendo-o. A mais terrível pobreza é a solidão e o sentimento de não ser amado.
Tento dar aos pobres de amor o que os ricos conseguem com o dinheiro. Não, eu não trocaria um leproso por mil pounds; contudo, de boa vontade o curarei pelo amor de Deus. (Madre Tereza)
Palácio AKSHARDHAM
Não pense que o amor, para ser genuíno, tenha que ser extraor-dinário. O que é preciso é amarmos sem nos cansarmos de fazê-lo. (Madre Tereza)
Encontrei um paradoxo, que se você amar até doer, não poderá haver mais dor, somente amor. (Madre Tereza)
Não nos sintamos satisfeitos apenas dando dinheiro. O dinheiro não é suficiente, o dinheiro pode ser obtido, mas eles precisam de seu coração para amá-los. Portanto, espalhe o seu amor por onde quer que vá. (Madre Tereza)
Andhra
Tenha fé nas pequenas coisas, pois é nelas que a sua força reside. (Madre Tereza)
Não ser desejado, não ser amado, não ser cuidado, ser esquecido por todos, isso acredito ser fome muito maior, uma pobreza muito maior do que a de uma pessoa que não tenha nada para comer. (Madre Tereza)
Não sei ao certo como é o paraíso, mas sei que quando morrermos e chegar o tempo de Deus nos julgar, Ele não perguntará quantas coisas boas você fez em sua vida, Antes ele perguntará quanto AMOR você colocou naquilo que fez. (Madre Tereza)
África do Sul, início do século XX. Após ser expulso da 1ª classe de um trem, o jovem e idealista advogado indiano Mohandas Karamchand Gandhi (Ben Kingsley) inicia um processo de auto-avaliação da condição da Índia, que na época era uma colônia britânica, e seus súditos ao redor do planeta. Já na Índia, através de manifestações enérgicas, mas não-violentas, atraiu para si a atenção do mundo ao se colocar como líder espiritual de hindus e muçulmanos.
Um povo que recebe a liderança espiritual de um Mahatma Gandhi nos momentos críticos de sua história, na luta pela libertação; um povo que nos momentos de dor e sofrimento de seus párias, recebe o espírito protetor de uma Madre Tereza, é, sem dúvida alguma, um povo protegido por Deus. Compreende-se, pois, o surto de desenvolvimento atual desse emergente país, que, não obstante ter a segunda maior população do mundo com todas as contradições internas, surge, fulgurante, aos olhos atônitos do mundo, como promessa de se tornar uma das maiores potências do planeta. Não há dúvida que esse sofrido povo, após o resgate de seu carma inicial, pela absorção dos exemplos evangélicos de seus líderes maiores – da não-violência e do amor – passou a contar com a merecida justiça divina.
A minha fé mais profunda é que podemos mudar o mundo pela verdade e pelo amor. (Gandhi)
A força não provém de uma capacidade física e sim de uma vontade indomável. (Gandhi)
Dai-me um povo que acredita no amor e vereis a felicidade sobre a terra. (Gandhi)
O único tirano que aceito nesse mundo é a pequena voz silenciosa que há dentro de mim. (Gandhi)
Para mim, as diferentes religiões são lindas flores, provenientes do mesmo jardim. Ou são ramos da mesma árvore majestosa. Portanto, são todas verdadeiras. (Gandhi)
Outro dia sonhei que estava nos portões do Paraíso. E São Pedro disse, ‘Volte para a Terra. Não existem favelas aqui. (Madre Tereza)
(Citação de sua conversa com o Príncipe Michael da Grécia em 1996.)
Quando vejo o desperdício, sinto raiva dentro de mim. Eu não aprovo eu mesma sentir raiva. Mas é algo que não se pode evitar de se sentir após vermos a Etiópia. (Madre Tereza) – Washington 1984.
Às vezes pensamos que a pobreza é apenas fome, nudez e desabrigo. A pobreza de não ser desejado, não ser amado e não ser cuidado é a maior pobreza. É preciso começar em nossos lares o remédio para esse tipo de pobreza. (Madre Tereza)
Taj Mahal - Foram necessários 20.000 operários, 1.000 elefantes e 17 anos para construir o Taj Mahal, classificado como Patrimônio Mundial. O derradeiro símbolo de amor supremo.
Eu vejo Deus em cada ser humano. Quando limpo as feridas do leproso, sinto que estou cuidando do próprio Senhor. Não é uma experiência maravilhosa?
(Madre Tereza)
Lago Pichola
Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba. Não ame por admiração, pois um dia você se decepciona... Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação. (Madre Tereza)
Darjdeereleng
Nós mesmos sentimos que o que fazemos é uma gota no oceano. Mas o oceano seria menor se essa gota faltasse. (Madre Tereza)
O milagre não é realizarmos esse trabalho, mas que sejamos felizes fazendo-o. A mais terrível pobreza é a solidão e o sentimento de não ser amado.
Tento dar aos pobres de amor o que os ricos conseguem com o dinheiro. Não, eu não trocaria um leproso por mil pounds; contudo, de boa vontade o curarei pelo amor de Deus. (Madre Tereza)
Palácio AKSHARDHAM
Não pense que o amor, para ser genuíno, tenha que ser extraor-dinário. O que é preciso é amarmos sem nos cansarmos de fazê-lo. (Madre Tereza)
Encontrei um paradoxo, que se você amar até doer, não poderá haver mais dor, somente amor. (Madre Tereza)
Não nos sintamos satisfeitos apenas dando dinheiro. O dinheiro não é suficiente, o dinheiro pode ser obtido, mas eles precisam de seu coração para amá-los. Portanto, espalhe o seu amor por onde quer que vá. (Madre Tereza)
Andhra
Tenha fé nas pequenas coisas, pois é nelas que a sua força reside. (Madre Tereza)
Não ser desejado, não ser amado, não ser cuidado, ser esquecido por todos, isso acredito ser fome muito maior, uma pobreza muito maior do que a de uma pessoa que não tenha nada para comer. (Madre Tereza)
Não sei ao certo como é o paraíso, mas sei que quando morrermos e chegar o tempo de Deus nos julgar, Ele não perguntará quantas coisas boas você fez em sua vida, Antes ele perguntará quanto AMOR você colocou naquilo que fez. (Madre Tereza)
África do Sul, início do século XX. Após ser expulso da 1ª classe de um trem, o jovem e idealista advogado indiano Mohandas Karamchand Gandhi (Ben Kingsley) inicia um processo de auto-avaliação da condição da Índia, que na época era uma colônia britânica, e seus súditos ao redor do planeta. Já na Índia, através de manifestações enérgicas, mas não-violentas, atraiu para si a atenção do mundo ao se colocar como líder espiritual de hindus e muçulmanos.
+ tocadas em 2003, Zezé Di Camargo e Luciano NOSSO AMOR É OURO
01 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO NOSSO AMOR É OURO
02 IVETE SANGALO FLOR DO REGGAE
03 SKANK VOU DEIXAR
04 ALCIONE VOCÊ ME VIRA A CABEÇA (ME TIRA DO SÉRIO)
05 BRUNO & MORRONE DEIXA
06 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO PRA SEMPRE
07 LUKA PORTA ABERTA
08 NETINHO DE PAULA QUER CASAR COMIGO
09 LEONARDO FANTASIAS
10 ANA CAROLINA ENCOSTAR NA TUA
11 BRUNO & MARRONE SERÁ
12 TITÃS ENQUANTO HOUVER SOL
13 SANDY & JUNIOR VOCÊ PRA SEMPRE (INVEJA)
14 SANDY & JUNIOR DESPERDIÇOU
15 RICK & RENNER NOS BARES DA CIDADE
16 EDSON & HUDSON PORTA - RETRATO
17 GRUPO REVELAÇÃO TALVEZ
18 ALANIS MORISSETTE OFFER
19 IVETE SANGALO FAZ TEMPO
20 WANESSA CAMARGO ME ENGANA QUE EU GOSTO
21 DANIEL JOGADO NA RUA
22 KELLY KEY POR CAUSA DE VOCÊ
23 EXALTASAMBA ESTRELA
24 WANESSA CAMARGO METADE DE MIM
25 RITA LEE AMOR E SEXO
26 OUTKAST HEY YA
27 DANIEL EU SEM VOCÊ
28 GRUPO SORRISO MAROTO POR VOCÊ
29 MATOGROSSO & MATHIAS TENTEI TE ESQUECER
30 ZECA PAGODINHO O PENETRA
31 KLB CHUVAS DE VERÃO
32 CAPITAL INICIAL NÃO OLHE PRA TRÁS
33 BRUNO & MARRONE VAI DAR NAMORO
34 IVETE SANGALO SORTE GRANDE
35 FELIPE DYLON MUSA DO VERÃO
36 BRO'Z SE VOCÊ NÃO ESTÁ AQUI
37 BRO'Z VEM PRA MINHA VIDA
38 KLB A ILHA
39 JOTA QUEST DO SEU LADO
40 EVANESCENSE MY IMMORTAL
41 BRUNO & MARRONE TE AMAR FOI ILUSÃO
42 PITTY EQUALIZE
43 BLACK EYED PEAS SHUT UP
44 RICK & RENNER EU MEREÇO
45 EDSON & HUDSON QUER NAMORAR COMIGO?
46 ALCIONE FAZ UMA LOUCURA POR MIM
47 LEONARDO EU SEI QUE TE PERDI
48 ORLANDO MORAIS VEM NÃO VEM
49 SKANK VAMOS FUGIR
50 ARAKETU CARTA BRANCA
51 HOOBASTANK THE REASON
52 BOKALOKA NÃO PEDI PRA ME APAIXONAR
53 LIMP BIZKIT BEHIND BLUE EYES
54 CHITAOZINHO & XORORÓ SINÔNIMOS
55 BELO LUZ DAS ESTRELAS
56 ROUGE UM ANJO VEIO ME FALAR
57 LUIZA POSSI TUDO QUE HÁ DE BOM
58 ALEXANDRE PIRES COISA DO DESTINO
59 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO PRA MUDAR MINHA VIDA
60 FELIPE DYLON MAIS PERTO DE MIM
61 JOTA QUEST AMOR MAIOR
62 GUSTAVO LINS DAQUI VOCÊ NÃO PASSA
63 LINKIN PARK NUMB
64 MAGIC BOX IF YOU
65 BLACK EYED PEAS E JUSTIN TIMBERLAKE WHERE IS THE LOVE
66 RICK & RENNER A FORÇA DO AMOR
67 É O TCHAN A BRINCADEIRA DA TOMADA
68 DANIEL EVIDÊNCIAS
69 ROUGE BLÁ, BLÁ, BLÁ
70 RIO NEGRO & SOLIMÕES DE BEM COM A VIDA
71 HUGO & TIAGO APAIXONADO
72 ROUGE SEM VOCÊ
73 BLINK 182 I MISS YOU
74 BRITNEY SPEARS TOXIC
75 GUILHERME & SANTIAGO PERDI VOCÊ
76 CPM 22 NÃO SEI VIVER SEM TER VOCÊ
77 NO DOUBT IT'S MY LIFE
78 LIAH GAROTAS CHORAM DEMAIS
79 BRO'Z PROMETIDA (GUARARÉ)
80 LIAH POESIA E PAIXÃO
81 MAROON 5 THIS LOVE
82 VAVÁ AMIGA DE TRABALHO
83 ALANIS MORISSETTE EVERYTHING
84 GRUPO SORRISO MAROTO CADÊ VOCÊ
85 LEONARDO QUERO ACENDER TEU FOGO
86 DETONAUTAS ROCKE CLUBE O DIA QUE NÃO TERMINOU
87 BEYONCÉ E SEAN PAUL BABY BOY
88 DELTA GOODREM BORN TO TRY
89 BOKALOKA SHORTINHO SAINT-TROPEZ
90 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO EU AMO
91 LS JACK AMANHÃ NÃO SE SABE
92 SWING & SIMPATIA ENCAIXE PERFEITO
93 AVRIL LAVIGNE DON'T TELL ME
94 CHARLIE BROWN JR. NÃO USO SAPATO
95 KLB NÃO OLHE ASSIM
96 GRUPO SORRISO MAROTO ME ESPERA
97 ROBERTA MIRANDA DOIS EM UM
98 ERIKA I DON'T KNOW
99 CÁSSIA ELLER PALAVRAS AO VENTO
100 CÉZAR & PAULINHO I LOVE YOU BABY
+ tocadas em 2002: A. Antunes, C. Brown, M. Monte VELHA INFÂNCIA
01 A. ANTUNES, C. BROWN, M. MONTE VELHA INFÂNCIA
02 RENATO RUSSO MAIS UMA VEZ
03 LEONARDO TUA SOMBRA EM MEU CAMINHO
04 SÓ PRA CONTRARIAR MINHA FANTASIA
05 BRUNO & MARRONE LIGAÇÃO URBANA
06 JOTA QUEST SÓ HOJE
07 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO PRECISO DE UM TEMPO
08 JOTA QUEST AMOR MAIOR
09 NELLY & KELLY ROWLAND DILEMMA
10 KLB POR CAUSA DE VOCÊ
11 LUKA TÔ NEM AÍ
12 ROBBIE WILLIAMS SEXED UP
13 MANÁ VIVIR SIN AIRE
14 AVRIL LAVIGNE I'M WITH YOU
15 SKANK DOIS RIOS
16 DANIEL UM HOMEM APAIXONADO
17 WANESSA CAMARGO SEM QUERER
18 SANDY & JUNIOR NADA É POR ACASO
19 A. ANTUNES, C. BROWN, M. MONTE JÁ SEI NAMORAR
20 DANIEL DÁ-ME DÁ-ME
21 BRUNO & MARRONE MENINA
22 KELLY KEY ADOLETA
23 ALEXANDRE PIRES VEM ME AMAR
24 ROUGE UM ANJO VEIO ME FALAR
25 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO SUFOCADO
26 BON JOVI MISUNDERSTOOD
27 IVETE SANGALO SORTE GRANDE
28 KID ABELHA LÁGRIMAS E CHUVA
29 KLB A CADA DEZ PALAVRAS
30 ROUGE BRILHA LA LUNA
31 OS TRAVESSOS ALÔ
32 LS JACK SEM RADAR
33 PEDRO & THIAGO PRA ONDE VOCÊ FOR
34 LS JACK UMA CARTA
35 WANESSA CAMARGO UM DIA... MEU PRIMEIRO AMOR
36 KID ABELHA NADA SEI
37 KLB SÓ DESSA VEZ
38 LEONARDO BRINCADEIRA TEM HORA
39 GUSTAVO LINS PRA SER FELIZ
40 MARLON & MAICON VOCÊ VAI SE ARREPENDER
41 VAVÁ CHAMADA A COBRAR
42 ROUGE BEIJO MOLHADO
43 PEDRO & THIAGO QUATRO SEMANAS DE AMOR
44 ALEXANDRE PIRES BUM, BUM, BUM
45 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO PRA MUDAR A MINHA VIDA
46 KID ABELHA QUERO TE ENCONTRAR
47 REVELAÇÃO CORAÇÃO RADIANTE
48 JORGE ARAGÃO E JORGE VERCILO ENCONTRO DAS ÀGUAS
49 ROUGE RAGATANGA
50 DEBORAH BLANDO A LUZ QUE ACENDE O OLHAR
51 KELLY KEY CACHORRINHO
52 GUILHERME & SANTIAGO O NOSSO AMOR
53 SANTANA & MICHELLE BRANCH THE GAME OF LOVE
54 ALCIONE O MUNDO É DE NÓS DOIS
55 OS PARALAMAS DO SUCESSO CUIDE BEM DO SEU AMOR
56 GABRIEL O PENSADOR RETRATO DE UM PLAYBOY - PARTE 2
57 SANDY & JUNIOR ENCANTO
58 CAETANO VELOSO VOCÊ NÃO ME ENSINOU A TE ESQUECER
59 SWING & SIMPATIA TODA NOITE
60 ED MOTTA TEM ESPAÇO NA VAN
61 LECI BRANDÃO PERDOA
62 BRUNO & MARRONE VAI DAR NAMORO
63 ZECA PAGODINHO CAVIAR
64 DANIEL EVIDÊNCIAS
65 DANIELA MERCURY DONA DA BANCA
66 EMINEM LOSE YOURSELF
67 CHITÃOZINHO & XORORÓ ENCONTRO CASUAL
68 OS TRAVESSOS QUER ME MACHUCAR
69 RICK & RENNER ELA É DEMAIS
70 THE CALLING ADRIENNE
71 RAÇA NEGRA DOU A VIDA POR UM BEIJO
72 LUIZA POSSI EU SOU ASSIM
73 SÓ PRA CONTRARIAR A REDE
74 BABADO NOVO CAI FORA
75 ORLANDO MORAIS UM AMOR ASSIM
76 MC SERGINHO EGÜINHA POCOTÓ
77 RIONEGRO & SOLIMÕES NA SOLA DA BOTA
78 CHARLIE BROWN JR. PAPO RETO
79 JOÃO JUNIOR MINHA NAMORADA
80 VANESSA JACKSON DE VOLTA PRA MIM
81 RPM ONDE ESTÁ MEU AMOR
82 THE CALLING WHEREVER YOU WILL GO
83 LEONARDO TE AMO DEMAIS
84 RONAN KEATING & DEBORAH BLANDO WHEN YOU SAY NOTHING AT ALL
85 DANIELA MERCURY MEU PLANO
86 GUSTAVO LINS ESCONDIDA
87 HARMONIA DO SAMBA DESTRAMBELHADA
88 OS TRAVESSOS BYE BYE
89 CHARLIE BROWN JR. VÍCIOS E VIRTUDES
90 CREED DON'T STOP DANCING
91 EVANESCENCE BRING ME TO LIFE
92 TCHAKABUM EXPLOSÃO
93 T.A.T.U. ALL THE THINGS SHE SAID
94 REVELAÇÃO NOVOS TEMPOS
95 AVRIL LAVIGNE COMPLICATED
96 AVRIL LAVIGNE SK8ER BOY
97 BR'OZ PROMETIDA (GUARARÊ)
98 OS MULEKES OPÇÕES
99 LULU SANTOS MELÔ DO AMOR
100 LULU SANTOS JÁ É
+ tocadas em 2001, LS JACK Carla
01 LS JACK CARLA
02 TITÃS EPITÁFIO
03 ZECA PAGODINHO DEIXA A VIDA ME LEVAR
04 PEDRO & THIAGO TOQUE DE MÁGICA
05 SANDY & JUNIOR LOVE NEVER FAILS
06 KELLY KEY BABA
07 OS TRAVESSOS DISTÂNCIA
08 IVETE SANGALO FESTA
09 KELLY KEY ANJO
10 SANDY & JUNIOR QUANDO VOCÊ PASSA
11 WANESSA CAMARGO TANTA SAUDADE
12 JORGE VERCILO QUE NEM MARÉ
13 MICHAEL BOLTON ALL FOR LOVE (A MIRAGEM)
14 VAVÁ CONVITE DE CASAMENTO
15 LEONARDO CRISTAL QUEBRADO
16 LUIZA POSSI DIAS IGUAIS
17 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO A FERRO E FOGO
18 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO NEM MAIS UMA DÚVIDA
19 REVELAÇÃO GRADES DO CORAÇÃO
20 THE CALLING WHEREVER YOU WILL GO
21 ALEXANDRE PIRES A MUSA DAS MINHAS CANÇÕES
22 CHITÃOZINHO & XORORÓ FRIO DA MADRUGADA
23 GIAN & GIOVANI TATUAGEM
24 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO PRA SEMPRE EM MIM
25 MARLON & MAICON TE PEÇO, FICA COMIGO
26 BRUNO & MARRONE UM BOM PERDEDOR
27 ROUGE RAGATANGA
28 DALLAS COMPANY CLIMA DE RODEIO
29 DANIEL VIDA MINHA
30 SÓ PRA CONTRARIAR FINAL FELIZ
31 JORGE ARAGÃO ABUSO DE PODER
32 LEONARDO TE AMO DEMAIS
33 ADRYANA & A RAPAZIADA FIM DE NOITE
34 KLB TE AMAR AINDA MAIS
35 LAURA PAUSINI SPERANZA
36 LARA FABIAN MEU GRANDE AMOR
37 RICK & RENNER SÓ PENSANDO EM VOCÊ
38 CAPITAL INICIAL À SUA MANEIRA
39 KELLY KEY CACHORRINHO
40 RIONEGRO & SOLIMÕES TÔ POR AÍ
41 MAURÍCIO MANIERI SE QUER SABER
42 BRUNO & MARRONE BIJUTERIA
43 IVETE SANGALO PENSO
44 CLAUDINHO & BUCHECHA FICO ASSIM SEM VOCÊ
45 DIDO MY LOVER'S GONE
46 GIL MAIONESE
47 SHAKIRA WHEREVER, WHENEVER
48 RPM ONDE ESTÁ O MEU AMOR
49 KLB OLHAR 43
50 ALEXANDRE PIRES É POR AMOR
51 GUILHERME & SANTIAGO SOM & IMAGEM
52 RPM ALVORADA VORAZ
53 ROBINSON PRA SEMPRE VOU TE AMAR
54 PEDRO & THIAGO É MELHOR ASSIM
55 ALEXANDRE PIRES NECESSIDADE
56 DANIEL ALGUÉM / MINHA ESTRELA PERDIDA
57 BRUNO & MARRONE AGORA VAI
58 FALAMANSA XOTE DA ALEGRIA
59 JORGE ARAGÃO E ZECA PAGODINHO MUTIRÃO DE AMOR
60 ROUGE NÃO DÁ RESISTIR
61 KLB A CADA DEZ PALAVRAS
62 SANDY & JUNIOR O AMOR FAZ
63 CLÁUDIO ZOLI NOITE DE PRAZER
64 KLB SEU NOME
65 REVELAÇÃO CORAÇÃO RADIANTE
66 MÁRIO VELLOSO TUDO POR VOCÊ
67 DANIEL SÓ SEU AMOR NÃO VAI EMBORA
68 BRUNO & MARRONE PROGRAMA DE FIM DE SEMANA
69 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO SUFOCADO
70 BELO LAMBADA DE SERPENTE
71 KLB NUNCA DEIXE DE SONHAR
72 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO PASSOU DA CONTA
73 BELO ABRIGO
74 MARCUS VIANA A MIRAGEM
75 MARISA MONTE A SUA
76 HARMONIA DO SAMBA DESTRAMBELHADA
77 AVRIL LAVIGNE COMPLICATED
78 BRUNO & MARRONE AMOR DE CARNAVAL
79 KLB MINHA TIMIDEZ
80 ALCIONE A LOBA
81 JOTA QUEST NA MORAL
82 SKANK ACIMA DO SOL
83 DEBORAH BLANDO A LUZ QUE ACENDE O OLHAR
84 RAÇA NEGRA EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ TÃO SÓ
85 RAÇA NEGRA E NEGUINHO DA BEIJA FLOR TALISMÃ
86 DANIELA MERCURY MUTANTE
87 JOTA QUEST SÓ HOJE
88 OS TRAVESSOS INCONSEQÜENTE
89 ELVIS PRESLEY A LITTLE LESS CONVERSATION
90 ALANIS MORISSETTE HANDS CLEAN
91 MAGNÍFICOS CARTA BRANCA
92 SNZ SE EU PUDESSE
93 BRUNO & MARRONE USTED
94 CÁSSIA ELLER O SEGUNDO SOL
95 EXALTASAMBA EU CHORO
96 FÁBIO JR. EM CADA AMANHECER
97 LEONARDO A DISTÂNCIA
98 SANDY & JUNIOR SUPER-HERÓI
99 RED HOT CHILI PEPPERS THE ZEPHYR SONGS
100 CHRYSTIAN & RALF UM CANTINHO DO SEU CORAÇÃO
+ tocadas 2000, Ana Carolina QUEM DE NÓS DOIS
01 ANA CAROLINA QUEM DE NÓS DOIS
02 MARLON E MAICON POR TE AMAR ASSIM
03 OS TRAVESSOS VOU TE PROCURAR
04 CÁSSIA ELLER MALANDRAGEM
05 BELO QUEM SERÁ
06 BRUNO & MARRONE DORMI NA PRAÇA
07 LARA FABIAN LOVE BY GRACE
08 SANDY & JUNIOR A LENDA
09 LEONARDO TODAS AS COISAS DO MUNDO
10 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO DOU A VIDA POR UM BEIJO
11 DANIEL SEUS BEIJOS
12 VAVÁ TUA CARA
13 KLB MINHA TIMIDEZ
14 WANESSA CAMARGO APAIXONADA POR VOCÊ
15 KLB ESTOU EM SUAS MÃOS
16 ALEXANDRE PIRES USTED SE ME LLEVÓ LA VIDA
17 IVETE SANGALO A LUA QUE EU TE DEI
18 BELO ETERNAMENTE
19 OS TRAVESSOS ADIVINHA
20 ROBERTO CARLOS AMOR SEM LIMITES
21 DANIEL QUANDO O CORAÇÃO SE APAIXONA
22 RICK & RENNER O AMOR E EU
23 WANESSA CAMARGO O AMOR NÃO DEIXA
24 FALAMANSA XOTE DOS MILAGRES
25 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO O QUE É QUE EU FAÇO
26 BRAGA BOYS UMA BOMBA
27 SNZ E RICHARD LUGO NOTHINGS GONNA CHANGE MY LOVE FOR YOU
28 DANIEL EMBRIAGADO DE AMOR
29 DIDO THANK YOU
30 SKANK ACIMA DO SOL
31 FALAMANSA RINDO À TOA
32 LEONARDO FIQUEI SOZINHO
33 TWISTER SE UM DIA EU TIVER VOCÊ
34 HANSON SAVE ME
35 ROXETTE MILK AND TOAST AND HONEY
36 LULU SANTOS APENAS MAIS UMA DE AMOR
37 PAULO RICARDO IMAGINE
38 FALAMANSA XOTE DA ALEGRIA
39 BRUNO & MARRONE AMOR DE CARNAVAL
40 ROBERTA MIRANDA ATRAÇÃO FATAL
41 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO ANTES DE VOLTAR PRA CASA
42 ROBERTA MIRANDA FAZ AMOR COMIGO
43 LEONARDO CORAÇÃO ESPINHADO
44 HARMONIA DO SAMBA OVERDOSE DE CARINHO
45 KLB ELA NÃO ESTÁ AQUI
46 WANESSA CAMARGO EU POSSO TE SENTIR
47 EXALTASAMBA QUEM É VOCÊ
48 BACKSTREET BOYS DROWING
49 SANDY & JUNIOR O AMOR FAZ
50 BANDA BEIJO BATE LATA
51 RIONEGRO & SOLIMÕES LENHA
52 JORGE ARAGÃO DOCE AMIZADE
53 EXALTASAMBA FAÇA O QUE EU DIGO
54 PIXOTE IDEM
55 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO PASSOU DA CONTA
56 HARMONIA DO SAMBA O RODO
57 RAÇA NEGRA O PROBLEMA É MEU
58 PARALAMAS DO SUCESSO AONDE QUER QUE EU VÁ
59 VAVÁ DESENCONTRO
60 ELBA RAMALHO ENTRE O CÉU E O MAR
61 LEGIÃO URBANA QUANDO O SOL BATER NA JANELA
62 DANIEL SÓ SEU AMOR NÃO VAI EMBORA
63 ADRYANA & A RAPAZIADA FIM DE NOITE
64 IVETE SANGALO BUG BUG BYE BYE
65 ALEXANDRE PIRES NECESSIDADE
66 HARMONIA DO SAMBA MOMENTOS
67 CÁSSIA ELLER POR ENQUANTO
68 ERASMO CARLOS E MARISA MONTE MAIS UM NA MULTIDÃO
69 RICK & RENNER SEGUIR EM FRENTE
70 MAURÍCIO MANIERI PRIMAVERA
71 CHITÃOZINHO & XORORÓ FRIO DA SOLIDÃO
72 ADRIANA CALCANHOTO DEVOLVA-ME
73 LEONARDO TÔ FORA
74 GORILAZ CLINT EASTWOOD
75 LUCIANA MELLO ASSIM QUE SE FAZ
76 BALA, BOMBOM E CHOCOLATE CAIXA POSTAL
77 OS TRAVESSOS UM DIA PARA NÓS DOIS
78 DOIS A UM AMOR PERFEITO
79 'N SYNC POP
80 ALCIONE ALÉM DA CAMA
81 HARMONIA DO SAMBA NOSSA PARADINHA
82 LARA FABIAN I WILL LOVE AGAIN
83 CLAUDINHO & BUCHECHA MALES
84 BONDE DO TIGRÃO O BAILE TODO
85 GAMAÇÃO BEIJANDO
86 SANDY & JUNIOR COM VOCÊ
87 RASTAPÉ COLO DE MENINA
88 RIONEGRO & SOLIMÕES ESPERANDO NA JANELA
89 CHITÃOZINHO & XORORÓ UM, DOIS, TRÊS
90 SÓ PRA CONTRARIAR VEM ME LIVRAR
91 TWISTER PERDI VOCÊ
92 R.E.M. IMITATION OF LIFE
93 MARLON E MAICON TÁ NA CARA
94 KLB POR QUE TEM QUE ASSIM
95 AS MENINAS TAPINHA
96 PIXOTE FRAQUEZA
97 ZECA PAGODINHO ÁGUA DA MINHA SEDE
98 ARA KETU AMANTES
99 BRUNO & MARRONE MEU JEITO DE SENTIR
100 FRANK AGUIAR PRENDA
+ tocadas em 1999, Ivete Sangalo SE EU NÃO TE AMASSE TANTO ASSIM
01 IVETE SANGALO SE EU NÃO TE AMASSE TANTO ASSIM
02 MARISA MONTE AMOR I LOVE YOU
03 CHITÃOZINHO & XORORÓ ALÔ
04 OS TRAVESSOS TÔ TE FILMANDO (SORRIA)
05 DANIEL QUE ERA EU
06 LEONARDO DEIXARIA TUDO
07 KARAMETADE MORANGO DO NORDESTE
08 OS TRAVESSOS MEU QUERUBIM
09 LOS HERMANOS ANNA JULIA
10 KLB A DOR DESSE AMOR
11 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO AMOR SELVAGEM
12 P.O.BOX PAPO DE JACARÉ
13 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO DA BOCA PRA FORA
14 AS MENINAS XIBOM BOMBOM
15 DANIELA MERCURY COMO VAI VOCÊ?
16 PEPÊ & NENÊM NADA ME FEZ ESQUECER
17 SANDY & JUNIOR OLHA O QUE O AMOR ME FAZ
18 SANDY & JUNIOR AS QUATRO ESTAÇÕES
19 KHALED EL ARBI
20 ENRIQUE IGLESIAS YOU'RE MY #1
21 LAIRTON & SEUS TECLADOS MORANGO DO NORDESTE
22 MAURÍCIO MANIERI PENSANDO EM VOCÊ
23 HARMONIA DO SAMBA AGACHADINHO
24 HARMONIA DO SAMBA MEUS SENTIMENTOS
25 SÓ PRA CONTRARIAR VOCÊ VIROU SAUDADE
26 AS MENINAS POUT-PORRI / SAMBA DA N. MALUCA / CADEIRUDA
27 MAURÍCIO MANIERI BEM QUERER
28 BELO TUA BOCA
29 BELO DESAFIO
30 LEONARDO QUERO COLO
31 SOWETO TEMPO DE AMPRENDER
32 SANDY & JUNIOR IMORTAL
33 RIONEGRO & SOLIMÕES BATE O PÉ
34 EXALTASAMBA EU E VOCÊ
35 PENINHA MATEMÁTICA
36 TWISTER PERDI VOCÊ
37 SANDY & JUNIOR APRENDER A AMAR
38 TWISTER 40 GRAUS
39 ADRYANA & RAPAZIADA SÓ FALTAVA VOCÊ
40 EXALTASAMBA MEGASTAR
41 PIXOTE FRENESI
42 SKANK BALADA DO AMOR INABALÁVEL
43 B. MCNIGHT E IVETE SANGALO BACK AT ONE
44 LOS HERMANOS PRIMAVERA
45 VINNY TE ENCONTRAR DE NOVO
46 MAURÍCIO MANIERI TE QUERO TANTO
47 JOANNA TÔ FAZENDO FALTA
48 RAÇA NEGRA VIDA CIGANA
49 HARMONIA DO SAMBA VEM NENÊM
50 FAMÍLIA LIMA TEU BEIJO
51 WESTLIFE IF I LET YOU GO
52 FAT FAMILY MADRUGADA
53 VENGABOYS SHALALA LALA
54 DANIEL A GATA DO MILÊNIO
55 DANIELA MERCURY PÉROLA NEGRA
56 PIQUE NOVO CHEGA DE SOFRER
57 JUVENTUDE S/A HISTÓRIA DE AMOR
58 ZEZÉ DI CMARGO & LUCIANO MEXE QUE É BOM
59 RICK & RENNER MULECA
60 ART POPULAR DIZEM QUE É FELICIDADE
61 HARMONIA DO SAMBA NOSSA PARADINHA
62 ATAÍDE & ALEXANDRE LAÇO ABERTO
63 PIXOTE A LUA E EU
64 É O TCHAN TRIBOTCHAN
65 ARA KETU MINHA RAZÃO DE VIVER
66 SPC QUEM DERA
67 CLAUDINHO & BUCHECHA BERRECO
68 BACKSTREET BOYS SHOW ME THE MEANNG OF
69 WAGUINHO É MELHOR CÊ VOLTAR PRA MIM
70 JORGE ARAGÃO AVE-MARIA
71 ADRYANA & A RAPAZIADA TUDO PASSA
72 P.O. BOX NÃO TÔ ENTENDENDO
73 JOTA QUEST TELE-FOME
74 NEGRITUDE JR. NÃO VOU NEGAR
75 RICK & RENNER PRA FICAR DEZ
76 ADRIANA CALCANHOTO DEVOLVA-ME
77 DANIEL VAI DAR SAMBA
78 IVETE SANGALO CANIBAL
79 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO SERÁ QUE FOI SAUDADE
80 GIAN & GIOVANI DOIS CORAÇÕES
81 RAÇA NEGRA SEM VOCÊ AQUI COMIGO
82 EXALTASAMBA MAIS UMA VEZ
83 RAÇA NEGRA DEUS ME LIVRE
84 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO ANTES DE VOLTAR PRA CASA
85 CAPITAL INICIAL PRIMEIROS ERROS
86 ROBERTA MIRANDA UM DIA DE DOMINGO
87 OS MORENOS CORDEIRINHO
88 DANIELA MECURY SANTA HELENA
89 SHANIA TWAIN MANI (I FEEL LIKE A WOMAN)
90 NETINHO PRA SEMPRE VOU TE AMAR
91 CLEITON & CAMARGO SE É AMOR NÃO SEI
92 LEGIÃO URBANA HOJE A NOITE NÃO TEM LUAR
93 MARIAH CAREY AGAINS ALL ODDS
94 TONI BRAXTON SANISH GUITAR
95 LULU SANTOS TEMPOS NORDESTINOS
96 SANDY & JUNIOR A LENDA
97 CHICLETE COM BANANA CABELO RASPADINHO
98 P.O. BOX CAMINHOS DO AMOR
99 SANDRO & GUSTAVO A GARAGEM DA VIZINHA
100 CLEITON & CAMARGO NÃO POSSO OUVIR ESSA MÚSICA
+ tocadas em 1998, Caetano Veloso SOZINHO
NAS EMISSORAS DE RÁDIO NO BRASIL
01 CAETANO VELOSO SOZINHO
02 KARAMETADE NUNCA VOU DEIXAR VOCÊ
03 BACKSTREET BOYS I WANT IT THAT WAY
04 OS MORENOS MINA DE FÉ
05 RAÇA NEGRA DEUS ME LIVRE
06 OS TRAVESSOS QUANDO A GENTE AMA
07 MAURÍCIO MANIERI BEM QUERER
08 SPC AI DA MINHA ABA
09 JOTA QUEST O VENTO
10 JOANNA TÔ FAZENDO FALTA
11 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO PARE
12 SPC INTERFONE
13 CLAUDINHO & BUCHECHA XERETA
14 NETINHO INDECISÃO
15 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO DOIS CORAÇÕES E UMA HISTÓRIA
16 LEONARDO 120, 150, 200 KM/H
17 SPC MACHUCA DEMAIS
18 SANDY & JUNIOR IMORTAL
19 LEONARDO MENTIRA QUE VIROU PAIXÃO
20 SOWETO NÃO FOI À TOA
21 RICK & RENNER MULECA
22 ARA KETU MINHA RAZÃO DE VIVER
23 KILOUCURA MEU CASAMENTO
24 ROBERTA MIRANDA & REGINALDO ROSSI AMANHÃ
25 EXALTASAMBA ME APAIXONEI PELA PESSOA ERRADA
27 DANIEL VAI DAR SAMBA
28 SOWETO FAROL DAS ESTRELAS
29 RICK & RENNER CARA DE PAU
30 É O TCHAN ÉO TCHAN NA SELVA
31 KARAMETADE DANDÁ
32 KILOUCURA PELA VIDA INTEIRA
33 ROBERTA MIRANDA & REGINALDO ROSSI MEL NA MINHA BOCA
34 RAÇA PURA A DANÇA DO PINTO
35 BANDA EVA DE LADINHO
36 DANIEL DECLARAÇÃO DE AMOR
37 JULIO IGLESIAS DOIS AMIGOS
38 PEPÊ & NENÊM MAIS UMA VEZ
39 ART POPULAR SAI DA FRENTE
40 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO SERÁ QUE FOI SAUDADE
41 IVETE SANGALO Á TUDO BEM
42 REGINALDO ROSSI GARÇON
43 DANIEL PRA FALAR A VERDADE
44 É O TCHAN LAMBATCHAN
45 PARALAMAS DO SUCESSO QUE PAÍS É ESSE
46 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO PIOR É TE PERDER
47 PHILL COLLINS YOU'LL BE IN MY HEART
48 PATRULHA DO SAMBA RALA NO PEZINHO
49 ATAÍDE & ALEXANDRE LAÇO ABERTO
50 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO MIL CORAÇÕES
51 PAULO RICARDO SONHO LINDO
52 ROUPA NOVA BEM MAIOR
53 MAURÍCIO MANIERI MINHA MENINA
54 OS TRAVESSOS TU MANDAS NO MEU CORAÇÃO
55 CIDADE NEGRA EU TAMBÉM QUERO BEIJAR
56 CHITÃOZINHO & XORORÓ CORAÇÃO VAZIO
57 LOS HERMANOS ANNA JULIA
58 CHEIRO DE AMOR SIMPATIA
59 JOTA QUEST FÁCIL
60 RAÇA PURA JULIANA
61 PEPÊ & NENÊM MANIA DE VOCÊ
62 ALEJANDRO SANZ CORÁZON PARTIO
63 BALA, BOMBOM & CHOCOLATE FISSURAS DE UM CASAL
64 VINNY & TIAZINHA UH! TIAZINHA
65 LEGIÃO URBANA HOJE A NOITE
66 RICKY MARTIN SHE'S ALL I EVER HAD
67 TERRA SAMBA NO PONTO
68 VINNY TE ENCONTRAR DE NOVO
69 CHRIS DURÁN TE PERDI
70 GRUPO MOLEJO SAMBA-ROCK DO MOLEJÃO
71 LOU BEGA MAMBO NUMBER 5
72 ASA DE ÁGUIA DANÇA DO VAMPIRO
73 KATINGUELÊ MINHA DEUSA
74 CELINE DION & BEE GEES IMMORTALITY
75 LEONARDO MANO
76 ARA KETU MAL ACOSTUMADO
77 ART POPULAR QUANDO VOCÊ ME BEIJA
78 RAIMUNDOS A MAIS PEDIDA
79 RIONEGRO & SOLIMÕES FRIO DA MADRUGADA
80 CELINE DION TO LOVE YOU MORE
81 GANG DO SAMBA RAIMUNDA
82 JOTA QUEST SEMPRE ASSIM
83 SWING & SIMPATIA E AÍ
84 LEONARDO BOTO PRA REMEXER
85 SANDY & JUNIOR NO FUNDO DO CORAÇÃO
86 BANDA BEIJO PERAÊ
87 FAT FAMILY EU NÃO VOU
88 NEGRITUDE JR. FAÇA O QUE EU DIGO
89 RIONEGRO & SOLIMÕES BATE O PÉ
90 TERRA SAMBA BANHO DE CHUVEIRO
91 'N SYNC SAILING
92 WANDO A PRÓXIMA VÍTIMA
93 IVETE SANGALO CANIBAL
94 PADRE MARCELO ROSSI O VIRA DE JESUS
95 SOWETO MAÇÃ DO AMOR
96 BRUNO & MARRONE VIDA VAZIA
97 RICK & RENNER ELA É DEMAIS
98 CLEITON & CAMARGO NA HORA DE AMAR
99 RAIMUNDOS MULHER DE FASES
100 PATRULHA DO SAMBA SWING DE RUA
01 CAETANO VELOSO SOZINHO
02 KARAMETADE NUNCA VOU DEIXAR VOCÊ
03 BACKSTREET BOYS I WANT IT THAT WAY
04 OS MORENOS MINA DE FÉ
05 RAÇA NEGRA DEUS ME LIVRE
06 OS TRAVESSOS QUANDO A GENTE AMA
07 MAURÍCIO MANIERI BEM QUERER
08 SPC AI DA MINHA ABA
09 JOTA QUEST O VENTO
10 JOANNA TÔ FAZENDO FALTA
11 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO PARE
12 SPC INTERFONE
13 CLAUDINHO & BUCHECHA XERETA
14 NETINHO INDECISÃO
15 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO DOIS CORAÇÕES E UMA HISTÓRIA
16 LEONARDO 120, 150, 200 KM/H
17 SPC MACHUCA DEMAIS
18 SANDY & JUNIOR IMORTAL
19 LEONARDO MENTIRA QUE VIROU PAIXÃO
20 SOWETO NÃO FOI À TOA
21 RICK & RENNER MULECA
22 ARA KETU MINHA RAZÃO DE VIVER
23 KILOUCURA MEU CASAMENTO
24 ROBERTA MIRANDA & REGINALDO ROSSI AMANHÃ
25 EXALTASAMBA ME APAIXONEI PELA PESSOA ERRADA
27 DANIEL VAI DAR SAMBA
28 SOWETO FAROL DAS ESTRELAS
29 RICK & RENNER CARA DE PAU
30 É O TCHAN ÉO TCHAN NA SELVA
31 KARAMETADE DANDÁ
32 KILOUCURA PELA VIDA INTEIRA
33 ROBERTA MIRANDA & REGINALDO ROSSI MEL NA MINHA BOCA
34 RAÇA PURA A DANÇA DO PINTO
35 BANDA EVA DE LADINHO
36 DANIEL DECLARAÇÃO DE AMOR
37 JULIO IGLESIAS DOIS AMIGOS
38 PEPÊ & NENÊM MAIS UMA VEZ
39 ART POPULAR SAI DA FRENTE
40 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO SERÁ QUE FOI SAUDADE
41 IVETE SANGALO Á TUDO BEM
42 REGINALDO ROSSI GARÇON
43 DANIEL PRA FALAR A VERDADE
44 É O TCHAN LAMBATCHAN
45 PARALAMAS DO SUCESSO QUE PAÍS É ESSE
46 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO PIOR É TE PERDER
47 PHILL COLLINS YOU'LL BE IN MY HEART
48 PATRULHA DO SAMBA RALA NO PEZINHO
49 ATAÍDE & ALEXANDRE LAÇO ABERTO
50 ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO MIL CORAÇÕES
51 PAULO RICARDO SONHO LINDO
52 ROUPA NOVA BEM MAIOR
53 MAURÍCIO MANIERI MINHA MENINA
54 OS TRAVESSOS TU MANDAS NO MEU CORAÇÃO
55 CIDADE NEGRA EU TAMBÉM QUERO BEIJAR
56 CHITÃOZINHO & XORORÓ CORAÇÃO VAZIO
57 LOS HERMANOS ANNA JULIA
58 CHEIRO DE AMOR SIMPATIA
59 JOTA QUEST FÁCIL
60 RAÇA PURA JULIANA
61 PEPÊ & NENÊM MANIA DE VOCÊ
62 ALEJANDRO SANZ CORÁZON PARTIO
63 BALA, BOMBOM & CHOCOLATE FISSURAS DE UM CASAL
64 VINNY & TIAZINHA UH! TIAZINHA
65 LEGIÃO URBANA HOJE A NOITE
66 RICKY MARTIN SHE'S ALL I EVER HAD
67 TERRA SAMBA NO PONTO
68 VINNY TE ENCONTRAR DE NOVO
69 CHRIS DURÁN TE PERDI
70 GRUPO MOLEJO SAMBA-ROCK DO MOLEJÃO
71 LOU BEGA MAMBO NUMBER 5
72 ASA DE ÁGUIA DANÇA DO VAMPIRO
73 KATINGUELÊ MINHA DEUSA
74 CELINE DION & BEE GEES IMMORTALITY
75 LEONARDO MANO
76 ARA KETU MAL ACOSTUMADO
77 ART POPULAR QUANDO VOCÊ ME BEIJA
78 RAIMUNDOS A MAIS PEDIDA
79 RIONEGRO & SOLIMÕES FRIO DA MADRUGADA
80 CELINE DION TO LOVE YOU MORE
81 GANG DO SAMBA RAIMUNDA
82 JOTA QUEST SEMPRE ASSIM
83 SWING & SIMPATIA E AÍ
84 LEONARDO BOTO PRA REMEXER
85 SANDY & JUNIOR NO FUNDO DO CORAÇÃO
86 BANDA BEIJO PERAÊ
87 FAT FAMILY EU NÃO VOU
88 NEGRITUDE JR. FAÇA O QUE EU DIGO
89 RIONEGRO & SOLIMÕES BATE O PÉ
90 TERRA SAMBA BANHO DE CHUVEIRO
91 'N SYNC SAILING
92 WANDO A PRÓXIMA VÍTIMA
93 IVETE SANGALO CANIBAL
94 PADRE MARCELO ROSSI O VIRA DE JESUS
95 SOWETO MAÇÃ DO AMOR
96 BRUNO & MARRONE VIDA VAZIA
97 RICK & RENNER ELA É DEMAIS
98 CLEITON & CAMARGO NA HORA DE AMAR
99 RAIMUNDOS MULHER DE FASES
100 PATRULHA DO SAMBA SWING DE RUA
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Contra quem lutamos! (video: Elo da Corrente)
Ele já tinha todas as rugas do tempo quando o encontrei pela primeira vez. Queixava-se de que tinha muito a fazer. Perguntei-lhe como era possível que em sua solidão, tivesse tanto trabalho...
- Tenho que domar dois falcões, treinar duas águias, manter quietos dois coelhos,vigiar uma serpente, carregar um asno e dominar um leão! – disse ele.
- Não vejo nenhum animal perto do local onde vives. Onde eles estão?
Ele então explicou: Estes animais, todos os Homens tem!
- Os dois falcões se lançam sobre tudo o que aparece, seja bom ou mau. Tenho que domá-los para que se fixem sobre uma boa presa. São meus olhos!
- As duas águias, ferem e destroçam com suas garras. Tenho que treiná-las para que sejam úteis e ajudem sem ferir. São as minhas mãos!
- Os dois coelhos, querem ir aonde lhes agrada. Fugindo dos demais e esquivando-se das dificuldades... Tenho que ensinar-lhes a ficarem quietos, mesmo que seja penoso, problemático ou desagradável. São meus pés!
- O mais difícil é vigiar a serpente. Apesar de estar presa numa jaula de 32 barras, mal se abre a jaula, está sempre pronta para morder e envenenar os que a rodeiam. Se não a vigio de perto, causa danos. É a minha língua!
- O burro é muito obstinado, não quer cumprir com suas obrigações. Alega estar cansado e se recusa a transportar a carga de cada dia. É meu corpo!
- Finalmente, preciso dominar o leão... Ele sempre quer ser o rei, o mais importante. É vaidoso e orgulhoso. É o meu coração!
- Tenho que domar dois falcões, treinar duas águias, manter quietos dois coelhos,vigiar uma serpente, carregar um asno e dominar um leão! – disse ele.
- Não vejo nenhum animal perto do local onde vives. Onde eles estão?
Ele então explicou: Estes animais, todos os Homens tem!
- Os dois falcões se lançam sobre tudo o que aparece, seja bom ou mau. Tenho que domá-los para que se fixem sobre uma boa presa. São meus olhos!
- As duas águias, ferem e destroçam com suas garras. Tenho que treiná-las para que sejam úteis e ajudem sem ferir. São as minhas mãos!
- Os dois coelhos, querem ir aonde lhes agrada. Fugindo dos demais e esquivando-se das dificuldades... Tenho que ensinar-lhes a ficarem quietos, mesmo que seja penoso, problemático ou desagradável. São meus pés!
- O mais difícil é vigiar a serpente. Apesar de estar presa numa jaula de 32 barras, mal se abre a jaula, está sempre pronta para morder e envenenar os que a rodeiam. Se não a vigio de perto, causa danos. É a minha língua!
- O burro é muito obstinado, não quer cumprir com suas obrigações. Alega estar cansado e se recusa a transportar a carga de cada dia. É meu corpo!
- Finalmente, preciso dominar o leão... Ele sempre quer ser o rei, o mais importante. É vaidoso e orgulhoso. É o meu coração!
União HomoAFETIVA
A autora aborda os aspectos jurídicos das uniões homossexuais, denominadas hoje, preferencialmente, uniões homoafetivas, termo que afasta algo do preconceito que lhes é devotado.
O texto começa com as questões históricas e traz uma visão global e local. Aborda a parceria civil, o perfil constitucional, as interfaces da família, a omissão legal e os caminhos a serem percorridos. Ingressa nas questões processuais e, após, nas questões civis, como a natureza jurídica, a obrigação alimentar, o direito sucessório, a filiação e, finalmente, o direito de mudar. Em anexo, encontram-se praticamente todas as normatizações e todos os projetos legislativos a respeito. Ao final, traz ampla bibliografia sobre o tema LGBTTT.
Sobre a autora
Gaúcha de Santiago, Maria Berenice Dias é mãe de três filhos: César, Suzana e Denise.
Filha e neta de desembargadores, escolheu a magistratura como profissão. Foi a primeira mulher a ingressar na magistratura do seu estado, no ano de 1973. Em mais de cem anos, nenhuma mulher havia conseguido ingressar nessa carreira, sendo sempre rejeitados os pedidos de inscrição, sem qualquer justificativa.
Foi a primeira desembargadora do estado do Rio Grande do Sul. Quando seu nome foi submetido ao Tribunal Pleno para a promoção por antiguidade, recebeu dos vinte e três integrantes desse colegiado, quatro votos contrários, sendo que houve três abstenções. Sobre este fato não silenciou, denunciando pela imprensa a discriminação de que foi vítima.
Sua posse, em 1996, foi a mais concorridas naquela Corte. Em seu discurso, teve a coragem de relatar a difícil trajetória da mulher na magistratura gaúcha.
Aposentou-se em 2008 e abriu o primeiro escritório de Direito Homoafetivo do país, especializado nas áreas de Direito das Famílias e Sucessões.
É vice-presidente nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família /IBDFAM, do qual é uma das fundadoras.
É presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual da OAB/RS.
No desempenho de sua atividade profissional, ao verificar que a discriminação contra a mulher ocorre também nos julgamentos, engajou-se na luta feminista, dedicando-se à revitalização do Direito de Família.Tornou-se líder feminista, destacando-se no combate à violência doméstica.
Recebeu 94 títulos e condecorações, e participa de dezessete entidades voltadas às questões femininas e sociais, entre os quais o Diploma Mulher-Cidadã Berta Lutz, outorgado pelo Senado Federal. Participa de 18 entidades voltadas às questões femininas e sociais.
Atenta a todas as questões que atingem as minorias, colabora ativamente na luta em prol dos excluídos. Escreveu a primeira obra brasileira buscando o reconhecimento das uniões de pessoas do mesmo sexo, as quais chamou de “uniões homoafetivas”, expressão que já se incorporou à linguagem comum.
É autora dos livros Manual das sucessões, Manual do Direito das famílias, que se encontra na 5ª edição, A lei Maria da Penha na Justiça, Conversando sobre a mulher e seus direitos, entre outros.
Participa de 43 obras coletivas e tem mais de duas centenas de artigos publicados em jornais nacionais e estrangeiros e disponíveis em seu site www.mariaberenice.com.br, nas áreas de Processo Civil, Direito de Família, Direitos Femininos e Homossexualidade.
O texto começa com as questões históricas e traz uma visão global e local. Aborda a parceria civil, o perfil constitucional, as interfaces da família, a omissão legal e os caminhos a serem percorridos. Ingressa nas questões processuais e, após, nas questões civis, como a natureza jurídica, a obrigação alimentar, o direito sucessório, a filiação e, finalmente, o direito de mudar. Em anexo, encontram-se praticamente todas as normatizações e todos os projetos legislativos a respeito. Ao final, traz ampla bibliografia sobre o tema LGBTTT.
Sobre a autora
Gaúcha de Santiago, Maria Berenice Dias é mãe de três filhos: César, Suzana e Denise.
Filha e neta de desembargadores, escolheu a magistratura como profissão. Foi a primeira mulher a ingressar na magistratura do seu estado, no ano de 1973. Em mais de cem anos, nenhuma mulher havia conseguido ingressar nessa carreira, sendo sempre rejeitados os pedidos de inscrição, sem qualquer justificativa.
Foi a primeira desembargadora do estado do Rio Grande do Sul. Quando seu nome foi submetido ao Tribunal Pleno para a promoção por antiguidade, recebeu dos vinte e três integrantes desse colegiado, quatro votos contrários, sendo que houve três abstenções. Sobre este fato não silenciou, denunciando pela imprensa a discriminação de que foi vítima.
Sua posse, em 1996, foi a mais concorridas naquela Corte. Em seu discurso, teve a coragem de relatar a difícil trajetória da mulher na magistratura gaúcha.
Aposentou-se em 2008 e abriu o primeiro escritório de Direito Homoafetivo do país, especializado nas áreas de Direito das Famílias e Sucessões.
É vice-presidente nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família /IBDFAM, do qual é uma das fundadoras.
É presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual da OAB/RS.
No desempenho de sua atividade profissional, ao verificar que a discriminação contra a mulher ocorre também nos julgamentos, engajou-se na luta feminista, dedicando-se à revitalização do Direito de Família.Tornou-se líder feminista, destacando-se no combate à violência doméstica.
Recebeu 94 títulos e condecorações, e participa de dezessete entidades voltadas às questões femininas e sociais, entre os quais o Diploma Mulher-Cidadã Berta Lutz, outorgado pelo Senado Federal. Participa de 18 entidades voltadas às questões femininas e sociais.
Atenta a todas as questões que atingem as minorias, colabora ativamente na luta em prol dos excluídos. Escreveu a primeira obra brasileira buscando o reconhecimento das uniões de pessoas do mesmo sexo, as quais chamou de “uniões homoafetivas”, expressão que já se incorporou à linguagem comum.
É autora dos livros Manual das sucessões, Manual do Direito das famílias, que se encontra na 5ª edição, A lei Maria da Penha na Justiça, Conversando sobre a mulher e seus direitos, entre outros.
Participa de 43 obras coletivas e tem mais de duas centenas de artigos publicados em jornais nacionais e estrangeiros e disponíveis em seu site www.mariaberenice.com.br, nas áreas de Processo Civil, Direito de Família, Direitos Femininos e Homossexualidade.
Duas Iguais
“O amor exige expressão”, diz a epígrafe de Jeannette Winterson e essa frase, repetida no último parágrafo do livro, dá o mote do romance.
Duas iguais conta a história de amor entre duas adolescentes, Clara e Ana, que vivem em Porto Alegre no Bom Fim, bairro judaico tradicional da cidade. As duas jovens se envolvem enquanto cursam uma escola judaica, fato que gera uma série de confrontos, culpas e tristezas que vão acompanhar as duas meninas pela vida afora. Enquanto Ana se auto-exila em Paris, Clara se envolve com um rapaz e pouco a pouco penetra no mundo adulto. Por força das circunstâncias, Clara e Ana voltam a se encontrar anos depois do tórrido envolvimento.
O livro foi lançado originalmente em 1998 pela L&PM e ganhou nova edição revisada pela Record em 2004. Ganhou o prêmio Açorianos de Narrativa Longa, concedido pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, em 1999.
“O segundo livro de Cíntia Moscovich expressa o amor entre duas mulheres, um daqueles amores que, na expressão de Oscar Wilde, não ousa dizer o seu nome. Não ousava: o passado é necessário, porque esses tabus já perderam a razão de ser. É preciso chamar o amor pelo seu nome. Faz parte da expressão do amor. E faz parte da grande ficção.”
Moacyr Scliar
Sobre a autora
Cíntia Moscovich nasceu em Porto Alegre, em 1958. É escritora, jornalista, mestre em Teoria Literária e ministrante de oficinas de criação textual. Contista, romancista e cronista, é autora de O reino das cebolas, Duas iguais, Anotações durante o incêndio e Arquitetura do arco-íris. Com três prêmios Açorianos, a autora também recebeu o Prêmio Jabuti, foi finalista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira e do Prêmio Bravo! Prime de Cultura. Também participou de antologias, como Geração 90: manuscritos de computador, 13 dos melhores contos de amor da literatura brasileira, 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira, Ficções fraternas, Contos cruéis e Contos para ler em viagem, entre outros.
Em Portugal, participou da coletânea Putas: novo conto português e brasileiro, da editora Quasi. Também em Portugal, publicou Duas iguais e Arquitetura do arco-íris, pela editora Pergaminho. Na Itália, integra a antologia Sex´n´bossa,lançada pela editora Mondadori em 2005. Também foi traduzida para o inglês e para o catalão. Ex-diretora do Instituto Estadual do Livro do Rio Grande do Sul, a autora trabalhou como editora de livros do jornal Zero Hora, além de colaborar para jornais e revistas de todo o país. É uma das representantes brasileiras na Copa da Cultura, na Alemanha.
Duas iguais conta a história de amor entre duas adolescentes, Clara e Ana, que vivem em Porto Alegre no Bom Fim, bairro judaico tradicional da cidade. As duas jovens se envolvem enquanto cursam uma escola judaica, fato que gera uma série de confrontos, culpas e tristezas que vão acompanhar as duas meninas pela vida afora. Enquanto Ana se auto-exila em Paris, Clara se envolve com um rapaz e pouco a pouco penetra no mundo adulto. Por força das circunstâncias, Clara e Ana voltam a se encontrar anos depois do tórrido envolvimento.
O livro foi lançado originalmente em 1998 pela L&PM e ganhou nova edição revisada pela Record em 2004. Ganhou o prêmio Açorianos de Narrativa Longa, concedido pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, em 1999.
“O segundo livro de Cíntia Moscovich expressa o amor entre duas mulheres, um daqueles amores que, na expressão de Oscar Wilde, não ousa dizer o seu nome. Não ousava: o passado é necessário, porque esses tabus já perderam a razão de ser. É preciso chamar o amor pelo seu nome. Faz parte da expressão do amor. E faz parte da grande ficção.”
Moacyr Scliar
Sobre a autora
Cíntia Moscovich nasceu em Porto Alegre, em 1958. É escritora, jornalista, mestre em Teoria Literária e ministrante de oficinas de criação textual. Contista, romancista e cronista, é autora de O reino das cebolas, Duas iguais, Anotações durante o incêndio e Arquitetura do arco-íris. Com três prêmios Açorianos, a autora também recebeu o Prêmio Jabuti, foi finalista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira e do Prêmio Bravo! Prime de Cultura. Também participou de antologias, como Geração 90: manuscritos de computador, 13 dos melhores contos de amor da literatura brasileira, 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira, Ficções fraternas, Contos cruéis e Contos para ler em viagem, entre outros.
Em Portugal, participou da coletânea Putas: novo conto português e brasileiro, da editora Quasi. Também em Portugal, publicou Duas iguais e Arquitetura do arco-íris, pela editora Pergaminho. Na Itália, integra a antologia Sex´n´bossa,lançada pela editora Mondadori em 2005. Também foi traduzida para o inglês e para o catalão. Ex-diretora do Instituto Estadual do Livro do Rio Grande do Sul, a autora trabalhou como editora de livros do jornal Zero Hora, além de colaborar para jornais e revistas de todo o país. É uma das representantes brasileiras na Copa da Cultura, na Alemanha.
Os caminhos de Lumia
Os ciganos estão presentes no Brasil desde 1574, quando João Torres, um forjador de armas português da etnia kalón, foi deportado para cá com sua mulher. Ao longo da história da colônia, há relatos de muitos ciganos deportados da Europa que se estabeleceram aqui, em especial no Rio de Janeiro e em Minas Gerais no século 16.
Com seu estilo de vida nômade e desconectado das tradições cristãs, os povos ciganos despertaram brutal preconceito e variadas perseguições por parte das autoridades e da Igreja, sendo famosos os confrontos com a polícia na região das minas. Apenas no século 18 tiveram algum reconhecimento por conta do Romantismo, movimento que os enfocava sob uma luz de mistério e sedução.
Por incrível que pareça nessa nossa era de tanta informação, até hoje pouco se sabe desse povo múltiplo, que tem vários idiomas mas não grafa nenhum deles, se espalha pelo país em cerca de seis mil acampamentos e soma 250 mil pessoas.
Exatamente por isso a Editora Malagueta achou tão interessante publicar uma história de amor da autoria de uma jovem cigana, Lara Orlow, que conta um pouco como é viver em um acampamento, quais são as tradições de sexo e casamento – medievais! – e o modo de pensar de ciganos que transitam entre as capitais brasileiras hoje em dia, em picapes e fazendo ligações clandestinas para assistir televisão.
Os caminhos de Lumia mostra também como a homossexualidade é tratada entre os ciganos, contando uma história de amor entre mulheres sensual e movimentada, digna de se tornar um filme.
Sobre a autora
Lara vive no interior de São Paulo, na cidade de Itapetininga, em uma pequena chácara, com seu amor, sua filha humana, Gabriela, sua filha felina, Cassandra e sua filha ave, Luanary. Se dedica ao plantio de mudas de eucalipto para reflorestamento nas horas vagas e dá aulas de dança cigana para meninas da região.
De origem cigana, moldovana por parte de pai e kalin por parte de mãe, já realizou diversas ações sociais para a inclusão e o reconhecimento do seu povo na sociedade gadje. Atualmente trabalha em acampamentos de ciganos nômades junto à CERCI (Centro de Estudos e Resgate da Cultura Cigana), como palestrante e multiplicadora no projeto “Mulher Cigana: Entre o Sonho e a Realidade”, patrocinado pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos. É estudande de Letras (Universidade Norte do Paraná), de Filosofia e de PNL - Programação Neuro Linguistica.
Trecho
Fui caminhando entre as barracas e uma visão me chamou a atenção. Meu coração, que batia tão forte, parou. O ar sumiu de minhas narinas. Fiquei imóvel, estática. As mãos ficaram molhadas de suor no mesmo instante. Eu não podia sequer me mover, porque tinha medo de a visão desaparecer no ar, como se fosse feita de fumaça.
Lá estava ela. A minha ciganinha. Minha Lumia. Meu Deus! Que visão linda, que sensualidade! Ela era encantadora de qualquer maneira. Estava de costas para mim, eu a reconheci por causa do cabelo. Muito longo, parecia estar até maior do que antes, os cachos largos, bem abertos, totalmente desalinhados, revoltos ao vento. Ela estava atrás de uma das barracas, sozinha, era o melhor momento para vê-la sem que ninguém pudesse perceber minhas inusitadas reações.
Eu parecia uma adolescente vendo o ser amado pela primeira vez. Aliás, note-se que, sempre que eu a via, era como se fosse a primeira vez. Independentemente de nos relacionarmos ou não, posso garantir com certeza absoluta que a minha cigana é, foi e será o grande amor da minha vida.
Ela estava de costas para mim, meio na diagonal, de forma que eu podia vê-la de perfil, dependendo do movimento que fazia com a cabeça. Estava fazendo alguma coisa que a princípio não soube o que era, só me dando conta quando a vi mexendo na água dentro de uma grande tina à sua frente.
Estava agachada, de cócoras, com as pernas abertas e sua saia de retalhos com as pontas dos lenços entrelaçada entre as cochas, deixando as pernas totalmente à mostra: ela estava lavando roupa. Seus movimentos pesados faziam com que a água respingasse nela, deixando-a com parte do corpo molhado, como se tivesse tomado uma leve chuva. Os cabelos soltos caíam na frente do rosto e ela jogava a cabeça para trás a fim de tirá-los dos olhos. As pernas morenas cada vez mais à mostra, cheias de respingos d’água. Usava uma regata solta, de alças finas, sem sutiã, eu podia ver todo o contorno dos seios, como eram bem-feitos. Conforme abaixava para pegar alguma peça de roupa, dava para vê-los quase saindo da blusinha, os braços delicados mergulhando na tina de água e saindo em seguida com alguma peça de roupa, o rosto avermelhado por causa do sol.
Fiquei ali estatelada, não conseguia ir nem vir. Linda! Simplesmente linda! Selvagem, sensual, numa tarefa tão cotidiana, mas que nela ficava tão completamente exótica que minha vontade era entrelaçar as mãos nos longos cabelos, para em seguida levantá-la à força e mergulhar a boca naqueles seios úmidos de água. Eu queria erguer a saia e apertar com força a coxa bem torneada e possui-la ali, com fúria mesmo, exatamente atrás da barraca.
Por falar em fúria, fui tomada de uma tremenda onda naquele momento. Mas não uma fúria de braveza, não, era uma fúria de paixão mesmo. Fiquei excitadíssima ao vê-la agachada daquela forma, seminua, os seios praticamente à mostra, os cabelos soltos ao vento. Fiquei fora de mim.
Se a Gina não chegasse naquele momento, eu teria puxado a cigana e pelo menos dava um beijo.
Pois é, a Gina chegou correndo atrás de mim, foi como um balde de água fria. Chegou gritando meu nome, me desconcertei. A Lumia se virou abruptamente. Ela não tinha me visto ali e a Gina – muito obrigada, Gina! – fez um escândalo tão grande que ela soube que eu tinha estado ali algum tempo, observando-a.
Com seu estilo de vida nômade e desconectado das tradições cristãs, os povos ciganos despertaram brutal preconceito e variadas perseguições por parte das autoridades e da Igreja, sendo famosos os confrontos com a polícia na região das minas. Apenas no século 18 tiveram algum reconhecimento por conta do Romantismo, movimento que os enfocava sob uma luz de mistério e sedução.
Por incrível que pareça nessa nossa era de tanta informação, até hoje pouco se sabe desse povo múltiplo, que tem vários idiomas mas não grafa nenhum deles, se espalha pelo país em cerca de seis mil acampamentos e soma 250 mil pessoas.
Exatamente por isso a Editora Malagueta achou tão interessante publicar uma história de amor da autoria de uma jovem cigana, Lara Orlow, que conta um pouco como é viver em um acampamento, quais são as tradições de sexo e casamento – medievais! – e o modo de pensar de ciganos que transitam entre as capitais brasileiras hoje em dia, em picapes e fazendo ligações clandestinas para assistir televisão.
Os caminhos de Lumia mostra também como a homossexualidade é tratada entre os ciganos, contando uma história de amor entre mulheres sensual e movimentada, digna de se tornar um filme.
Sobre a autora
Lara vive no interior de São Paulo, na cidade de Itapetininga, em uma pequena chácara, com seu amor, sua filha humana, Gabriela, sua filha felina, Cassandra e sua filha ave, Luanary. Se dedica ao plantio de mudas de eucalipto para reflorestamento nas horas vagas e dá aulas de dança cigana para meninas da região.
De origem cigana, moldovana por parte de pai e kalin por parte de mãe, já realizou diversas ações sociais para a inclusão e o reconhecimento do seu povo na sociedade gadje. Atualmente trabalha em acampamentos de ciganos nômades junto à CERCI (Centro de Estudos e Resgate da Cultura Cigana), como palestrante e multiplicadora no projeto “Mulher Cigana: Entre o Sonho e a Realidade”, patrocinado pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos. É estudande de Letras (Universidade Norte do Paraná), de Filosofia e de PNL - Programação Neuro Linguistica.
Trecho
Fui caminhando entre as barracas e uma visão me chamou a atenção. Meu coração, que batia tão forte, parou. O ar sumiu de minhas narinas. Fiquei imóvel, estática. As mãos ficaram molhadas de suor no mesmo instante. Eu não podia sequer me mover, porque tinha medo de a visão desaparecer no ar, como se fosse feita de fumaça.
Lá estava ela. A minha ciganinha. Minha Lumia. Meu Deus! Que visão linda, que sensualidade! Ela era encantadora de qualquer maneira. Estava de costas para mim, eu a reconheci por causa do cabelo. Muito longo, parecia estar até maior do que antes, os cachos largos, bem abertos, totalmente desalinhados, revoltos ao vento. Ela estava atrás de uma das barracas, sozinha, era o melhor momento para vê-la sem que ninguém pudesse perceber minhas inusitadas reações.
Eu parecia uma adolescente vendo o ser amado pela primeira vez. Aliás, note-se que, sempre que eu a via, era como se fosse a primeira vez. Independentemente de nos relacionarmos ou não, posso garantir com certeza absoluta que a minha cigana é, foi e será o grande amor da minha vida.
Ela estava de costas para mim, meio na diagonal, de forma que eu podia vê-la de perfil, dependendo do movimento que fazia com a cabeça. Estava fazendo alguma coisa que a princípio não soube o que era, só me dando conta quando a vi mexendo na água dentro de uma grande tina à sua frente.
Estava agachada, de cócoras, com as pernas abertas e sua saia de retalhos com as pontas dos lenços entrelaçada entre as cochas, deixando as pernas totalmente à mostra: ela estava lavando roupa. Seus movimentos pesados faziam com que a água respingasse nela, deixando-a com parte do corpo molhado, como se tivesse tomado uma leve chuva. Os cabelos soltos caíam na frente do rosto e ela jogava a cabeça para trás a fim de tirá-los dos olhos. As pernas morenas cada vez mais à mostra, cheias de respingos d’água. Usava uma regata solta, de alças finas, sem sutiã, eu podia ver todo o contorno dos seios, como eram bem-feitos. Conforme abaixava para pegar alguma peça de roupa, dava para vê-los quase saindo da blusinha, os braços delicados mergulhando na tina de água e saindo em seguida com alguma peça de roupa, o rosto avermelhado por causa do sol.
Fiquei ali estatelada, não conseguia ir nem vir. Linda! Simplesmente linda! Selvagem, sensual, numa tarefa tão cotidiana, mas que nela ficava tão completamente exótica que minha vontade era entrelaçar as mãos nos longos cabelos, para em seguida levantá-la à força e mergulhar a boca naqueles seios úmidos de água. Eu queria erguer a saia e apertar com força a coxa bem torneada e possui-la ali, com fúria mesmo, exatamente atrás da barraca.
Por falar em fúria, fui tomada de uma tremenda onda naquele momento. Mas não uma fúria de braveza, não, era uma fúria de paixão mesmo. Fiquei excitadíssima ao vê-la agachada daquela forma, seminua, os seios praticamente à mostra, os cabelos soltos ao vento. Fiquei fora de mim.
Se a Gina não chegasse naquele momento, eu teria puxado a cigana e pelo menos dava um beijo.
Pois é, a Gina chegou correndo atrás de mim, foi como um balde de água fria. Chegou gritando meu nome, me desconcertei. A Lumia se virou abruptamente. Ela não tinha me visto ali e a Gina – muito obrigada, Gina! – fez um escândalo tão grande que ela soube que eu tinha estado ali algum tempo, observando-a.
A MÃE POSSÍVEL - Os caminhos do xamanismo
Carminha Levy é psicóloga transpessoal, psicodramatista, terapeuta corporal, arte terapeuta e mestra xamã desde 1981. É introdutora do neo-xamanismo no Brasil e criadora do xamanismo matricial, uma vertente das práticas xamânicas que restaura o poder do feminino. Fundou em 1990 a Paz Geia Instituto de Pesquisas Xamânicas, a primeira escola de xamanismo brasileira.
É casada desde 1958, teve seis filhos e onze netos, um dos quais ela cria como mãe. Muitos dos dilemas abordados nessa obra foram vividos por ela em primeira pessoa ou colhidos na sua prática terapêutica.
Laura Bacellar é escritora e editora de livros, tendo-se iniciado no caminho do xamanismo em 1998. É pioneira na difusão de cultura para minorias sexuais, sendo uma das sócias da Editora Malagueta. É autora de variadas obras, desde infantis até adultas, inclusive Escreva seu livro, dirigida a autores iniciantes, e Mãe d’água, uma história juvenil escrita com o índio Tkainã sobre a cultura dos cariris, dando ênfase às suas tradições xamânicas.
Trecho da introdução
O neo-xamanismo
Xamanismo é uma palavra que se refere a muita coisa diferente, algumas até mesmo de aspecto bizarro. Quando se fala sobre xamãs, muita gente pensa em índios dançando em volta de uma fogueira, um pagé soltando fumaça pelo cachimbo ou grupos fazendo meditação no alto de uma montanha. Um cd de música xamânica pode ter batidas de tambor, o som de tigelas tibetanas, mantras ao som de rock, o toque de didgeridoo e mais um monte de gêneros musicais. Xamanismo chega a ser como massa de pizza, combinada com uma infinidade de coberturas.
Como então explicar uma prática que é tão antiga e ao mesmo tempo tão na moda em países os mais diferentes? O que uma leitora brasileira tem a ver com índios norte-americanos ou do Xingu?
Aprender xamanismo é fazer pajelança? Essa gente toda entra em transe tomando jurema ou ayahuasca ou peiote?
Sim e não. Tudo é possível, mas não é de forma alguma necessário que um habitante de cidade grande se pinte como índio nem que necessite de plantas psicoativas para praticar xamanismo.
Essa é uma prática ancestral, anterior a todas as civilizações, e por isso vem acompanhada de tantos rituais próximos da natureza, como acender uma fogueira em torno da qual um grupo se reúne. Nossos antepassados sem dúvida fizeram isso muitas e muitas vezes, marcando nossa memória genética com a associação entre fogo e clareza, foco das atenções, centro do círculo em torno do qual se podiam resolver os problemas do grupo. Os índios atuais apenas mantiveram as tradições xamânicas que na verdade fazem parte do passado de todos nós, e que no momento estão sendo resgatadas e colocadas em uso de uma maneira nova, adaptada às cidades.
É por isso que encontramos xamanismo misturado a tantas culturas de países diferentes.
O xamanismo usa símbolos
O que se nota quando se acompanham os rituais de comunidades que não praticam religiões institucionalizadas, como por exemplo os índios brasileiros, é que muitas das práticas são de ligação deliberada com algo maior do que o humano. Apesar da visão estereotipada comum na cultura ocidental a respeito de comunidades primitivas, o que antropólogos já observaram vezes sem conta é que nativos da Sibéria, moradores das ilhas da Polinésia, maoris, inuítes (os indígenas esquimós), lapões que moram acima do círculo polar ártico, descendentes de incas, os ona da Terra do Fogo, os aborígines da Austrália, todos tinham e ainda mantêm práticas de contato com o além do humano – o sagrado – através de símbolos. Não é verdade que considerem o vento ou a chuva deuses a serem adorados, mas sim que prestem atenção às forças da natureza como a voz da Divindade, como palavras que eles procuram entender.
As comunidades tradicionais, assim, mantêm formas mais instintuais de se relacionar com a natureza, não tão baseadas no intelecto como as desenvolvidas através das grandes religiões modernas. Mircea Eliade, no cuidadoso levantamento intitulado Xamanismo – técnicas arcaicas de êxtase, aponta para o uso complexo de símbolos nas práticas de povos ao redor do mundo. O que há em comum entre elas é a entrada em um estado alterado de consciência – o transe xamânico – e a interação com os mesmos grandes símbolos. Aparentemente, depois que se passa pela porta que se abre para outra realidade, o que se encontra do outro lado é semelhante seja a pessoa de que cultura for.
Por exemplo, tanto na Terra do Fogo quanto na Lapônia os xamãs falam de três mundos nos quais eles transitam: o do meio é o nosso, onde vivemos todos. O superior é a região dos mestres e guias iluminados, que enviam mensagens e fazem curas. O profundo é o mundo dos animais e dos seres das entranhas da terra, que também proporcionam curas e indicam caminhos. O xamã entra e sai dessas diferentes regiões para resolver conflitos da comunidade, problemas de saúde, resgatar pessoas perdidas e dar conselhos a quem peça.
A forma tradicional de entrar nessa realidade é pelas batidas ritmadas de um tambor. O toque repetitivo repercute no cérebro de quem ouve e provoca um transe leve, o tal estado alterado de consciência de que falamos. Por essa razão, o tambor é chamado em muitas culturas de “cavalo do xamã”, uma vez que permite a viagem a esses outros mundos não visíveis para os olhos comuns.
Isso tudo pode parecer esquisito para quem está sentada numa sala distante da Lapônia ou da Austrália, mas o interessante do xamanismo é que funciona de maneira direta: se você colocar um cd de toque de tambor ou mesmo bater ritmadamente um tambor, entrará num estado de transe leve.
Não é a toa que há um gênero musical chamado trance music, de batida muito marcada.
A intenção clara
Entrar num leve transe, no entanto, não é tudo, senão qualquer danceteria ou rave seria um centro de xamanismo. O xamã não se deixa levar, mas viaja para estados alterados de consciência com uma intenção muito clara do que deseja alcançar. Ele abre a porta da outra realidade com um pedido muito bem delineado na mente, vai até lá buscar o que precisa, agradece e volta. Não há turismo nessa viagem, apesar de esses passeios pelo inconsciente poderem ser muito bonitos ou divertidos.
Isso funciona tanto lá nos Andes quanto numa cidade brasileira, tanto para alguém que passou a vida sendo treinado para isso quanto alguém que se arrisque a seguir os passos explicados nesse livro. A intenção de entrar em outra realidade e ver o que acontece à nossa volta de outro modo é a mola propulsora dessas viagens.
Mudança da forma usual de pensar e agir
O xamanismo é mágico em um aspecto, porque faz as coisas acontecerem fora das leis de causa e efeito. Uma pessoa relaxa em seu sofá ouvindo tambor, vê algumas cenas na sua imaginação e – catapimba! – sem explicação lógica, de repente algo muda nos acontecimentos do mundo “real”.
Ou não tão de repente, com sutileza, toda a energia que governava a interação entre as pessoas envolvidas se modifica.
Só quem experimenta e presta atenção pode acreditar, por isso não vamos ficar descrevendo “milagres” aqui. Só dizemos que é essa a forma como as viagens xamânicas agem: o xamã faz algo no mundo simbólico e o mundo real reage em consequência.
Carl Gustav Jung, o famoso psiquiatra criador da psicologia analítica, já apontava para o poder dos símbolos do inconsciente profundo, chamando-os de “máquinas transformadoras da realidade”. É exatamente isso que um praticante de xamanismo faz, transforma a realidade a partir dos símbolos.
Não é religião
Apesar de propiciar o contato com figuras poderosas do sagrado, válidas para toda a humanidade, como por exemplo anjos, o xamanismo não é uma prática religiosa institucionalizada. Para quem gosta de liberdade, é perfeito. Não há culto, os mestres são apenas aqueles que encontramos na nossa imaginação ativa, não há gurus ou livros sagrados, nem instruções escritas em pedra.
O xamanismo é uma interação muito viva e dinâmica com figuras que respondem, mostram-se, falam conosco – e que estão dentro de nós, no nosso inconsciente profundo.
Exatamente por isso, quando buscamos a cura ou a resolução de problemas pelo xamanismo, não depositamos confiança em nada externo. Ninguém virá nos salvar ou guiar ou dizer o que é certo.
Nós descobrimos o que é melhor para nós mesmas em cada circunstância dentro de nós, entrando em contato com nosso mestre e curador interno. O xamanismo é a prática mais democrática que existe, porque pressupõe que cada um que queira – que assim estabeleça com intenção clara – pode entrar em contato com o sagrado e o curador.
Novo relacionamento com o mundo
O xamanismo mantém nos dias de hoje o respeito que nossos antepassados nutriam pela Natureza.
Nossos ancestrais passaram muitos anos pedindo e agradecendo as bênçãos recebidas da Mãe Terra, antes de adotarem os maus modos modernos de achar que têm direito de extrair o que quiserem do planeta. Quando o contato com a Natureza era considerado sagrado, a Terra era vista como um ser vivo, que nos dava tudo o que precisávamos e recebia nosso amor. Hoje nos distanciamos dessa postura e como consequência dilapidamos o maravilhoso planeta em que habitamos, com os resultados que já estamos sentindo.
A prática do xamanismo nos coloca de volta próximas dessas forças, ouvindo os ventos, os animais, o sol. Abrir a nossa imaginação a essa comunicação não-humana nos torna mais conscientes para tudo o que já acontece em nossa volta. O respeito torna-se inevitável, porque Mãe Terra está viva e nos ouve e fala conosco.
Novo relacionamento conosco mesmas
A prática do xamanismo leva a uma nova forma de pensar. Em vez da lógica cartesiana que rege a maior parte dos conhecimentos modernos, nos abrimos para o instinto e para a percepção de sutilezas. Em vez do pensamento, exercitamos a imaginação, uma força muito mais poderosa, que nos leva a soluções criativas. Em vez de uma coisa depois da outra, causa e efeito no tempo que conhecemos, começamos a experimentar as coincidências, o que Jung chamou de sincronicidade.
E prestamos atenção a nós mesmas. O xamanismo ajuda a descobrir a sabedoria dentro de nós enterrada lá no inconsciente. A ouvir o que o corpo realmente pede, a dar pausas e conceder tempo para a introspecção. Deixamos de nos ver como máquinas de produtividade sempre abaixo do desejável e passamos a nos enxergar como seres humanos.
O xamanismo nos ensina a ver e respeitar nossas limitações, as dos outros e as do planeta. Esse respeito básico pela vida começando por nós mesmas vai permeando nossas relações e acalmando as trocas nervosas e raivosas tão comuns na pressa e na exigência do dia a dia.
Praticamos um novo tipo de ecologia interna, que se reflete fora e melhora todos os relacionamentos.
Xamanismo matricial
O xamanismo, assim, tem muitas formas e práticas, todas válidas. A primeira lição que você vai receber de nós então é: faça apenas o que a deixar confortável. Explore os limites do seu medo, coloque-se em situações novas, mas sempre dentro do que o seu coração pede.
Essa é uma das principais formas de atuação do xamanismo matricial, a linha que nós, autoras desse livro, seguimos e que foi organizada na atualidade por Carminha Levy. O xamanismo tem um lado iniciático bruto, cheio de provações, que você pode encontrar por aí mas não aqui nesse livro. Esta obra segue o coração, o acolhimento da Grande Mãe.
A sabedoria pode vir do amor e ser encontrada em meio a experiências suaves, de apoio e parceria. Nós não acreditamos que seja preciso sofrer para se aprofundar no auto-conhecimento nem para resolver os problemas de todos os dias. Os sofrimentos já aparecem sem a gente ir atrás deles, para que procurar mais?
Nesse livro você vai encontrar, assim, um xamanismo adaptado para a vida de hoje nas cidades, no estresse, na rotina. Propomos soluções que possam ser encaixadas num tipo de vida comum. E, mais ainda, esperando que cada leitora desperte a compaixão por si mesma e comece a se tratar bem. O maior problema das mães de hoje é não se verem nem ouvirem nem tratarem como seres humanos. Esperam ser mães perfeitas.
Como já dizia Jung, “o importante não é ser perfeito, mas ser inteiro”. Seres humanos nunca são perfeitos e é esse nosso ponto de partida para essa obra: a mãe possível.
É casada desde 1958, teve seis filhos e onze netos, um dos quais ela cria como mãe. Muitos dos dilemas abordados nessa obra foram vividos por ela em primeira pessoa ou colhidos na sua prática terapêutica.
Laura Bacellar é escritora e editora de livros, tendo-se iniciado no caminho do xamanismo em 1998. É pioneira na difusão de cultura para minorias sexuais, sendo uma das sócias da Editora Malagueta. É autora de variadas obras, desde infantis até adultas, inclusive Escreva seu livro, dirigida a autores iniciantes, e Mãe d’água, uma história juvenil escrita com o índio Tkainã sobre a cultura dos cariris, dando ênfase às suas tradições xamânicas.
Trecho da introdução
O neo-xamanismo
Xamanismo é uma palavra que se refere a muita coisa diferente, algumas até mesmo de aspecto bizarro. Quando se fala sobre xamãs, muita gente pensa em índios dançando em volta de uma fogueira, um pagé soltando fumaça pelo cachimbo ou grupos fazendo meditação no alto de uma montanha. Um cd de música xamânica pode ter batidas de tambor, o som de tigelas tibetanas, mantras ao som de rock, o toque de didgeridoo e mais um monte de gêneros musicais. Xamanismo chega a ser como massa de pizza, combinada com uma infinidade de coberturas.
Como então explicar uma prática que é tão antiga e ao mesmo tempo tão na moda em países os mais diferentes? O que uma leitora brasileira tem a ver com índios norte-americanos ou do Xingu?
Aprender xamanismo é fazer pajelança? Essa gente toda entra em transe tomando jurema ou ayahuasca ou peiote?
Sim e não. Tudo é possível, mas não é de forma alguma necessário que um habitante de cidade grande se pinte como índio nem que necessite de plantas psicoativas para praticar xamanismo.
Essa é uma prática ancestral, anterior a todas as civilizações, e por isso vem acompanhada de tantos rituais próximos da natureza, como acender uma fogueira em torno da qual um grupo se reúne. Nossos antepassados sem dúvida fizeram isso muitas e muitas vezes, marcando nossa memória genética com a associação entre fogo e clareza, foco das atenções, centro do círculo em torno do qual se podiam resolver os problemas do grupo. Os índios atuais apenas mantiveram as tradições xamânicas que na verdade fazem parte do passado de todos nós, e que no momento estão sendo resgatadas e colocadas em uso de uma maneira nova, adaptada às cidades.
É por isso que encontramos xamanismo misturado a tantas culturas de países diferentes.
O xamanismo usa símbolos
O que se nota quando se acompanham os rituais de comunidades que não praticam religiões institucionalizadas, como por exemplo os índios brasileiros, é que muitas das práticas são de ligação deliberada com algo maior do que o humano. Apesar da visão estereotipada comum na cultura ocidental a respeito de comunidades primitivas, o que antropólogos já observaram vezes sem conta é que nativos da Sibéria, moradores das ilhas da Polinésia, maoris, inuítes (os indígenas esquimós), lapões que moram acima do círculo polar ártico, descendentes de incas, os ona da Terra do Fogo, os aborígines da Austrália, todos tinham e ainda mantêm práticas de contato com o além do humano – o sagrado – através de símbolos. Não é verdade que considerem o vento ou a chuva deuses a serem adorados, mas sim que prestem atenção às forças da natureza como a voz da Divindade, como palavras que eles procuram entender.
As comunidades tradicionais, assim, mantêm formas mais instintuais de se relacionar com a natureza, não tão baseadas no intelecto como as desenvolvidas através das grandes religiões modernas. Mircea Eliade, no cuidadoso levantamento intitulado Xamanismo – técnicas arcaicas de êxtase, aponta para o uso complexo de símbolos nas práticas de povos ao redor do mundo. O que há em comum entre elas é a entrada em um estado alterado de consciência – o transe xamânico – e a interação com os mesmos grandes símbolos. Aparentemente, depois que se passa pela porta que se abre para outra realidade, o que se encontra do outro lado é semelhante seja a pessoa de que cultura for.
Por exemplo, tanto na Terra do Fogo quanto na Lapônia os xamãs falam de três mundos nos quais eles transitam: o do meio é o nosso, onde vivemos todos. O superior é a região dos mestres e guias iluminados, que enviam mensagens e fazem curas. O profundo é o mundo dos animais e dos seres das entranhas da terra, que também proporcionam curas e indicam caminhos. O xamã entra e sai dessas diferentes regiões para resolver conflitos da comunidade, problemas de saúde, resgatar pessoas perdidas e dar conselhos a quem peça.
A forma tradicional de entrar nessa realidade é pelas batidas ritmadas de um tambor. O toque repetitivo repercute no cérebro de quem ouve e provoca um transe leve, o tal estado alterado de consciência de que falamos. Por essa razão, o tambor é chamado em muitas culturas de “cavalo do xamã”, uma vez que permite a viagem a esses outros mundos não visíveis para os olhos comuns.
Isso tudo pode parecer esquisito para quem está sentada numa sala distante da Lapônia ou da Austrália, mas o interessante do xamanismo é que funciona de maneira direta: se você colocar um cd de toque de tambor ou mesmo bater ritmadamente um tambor, entrará num estado de transe leve.
Não é a toa que há um gênero musical chamado trance music, de batida muito marcada.
A intenção clara
Entrar num leve transe, no entanto, não é tudo, senão qualquer danceteria ou rave seria um centro de xamanismo. O xamã não se deixa levar, mas viaja para estados alterados de consciência com uma intenção muito clara do que deseja alcançar. Ele abre a porta da outra realidade com um pedido muito bem delineado na mente, vai até lá buscar o que precisa, agradece e volta. Não há turismo nessa viagem, apesar de esses passeios pelo inconsciente poderem ser muito bonitos ou divertidos.
Isso funciona tanto lá nos Andes quanto numa cidade brasileira, tanto para alguém que passou a vida sendo treinado para isso quanto alguém que se arrisque a seguir os passos explicados nesse livro. A intenção de entrar em outra realidade e ver o que acontece à nossa volta de outro modo é a mola propulsora dessas viagens.
Mudança da forma usual de pensar e agir
O xamanismo é mágico em um aspecto, porque faz as coisas acontecerem fora das leis de causa e efeito. Uma pessoa relaxa em seu sofá ouvindo tambor, vê algumas cenas na sua imaginação e – catapimba! – sem explicação lógica, de repente algo muda nos acontecimentos do mundo “real”.
Ou não tão de repente, com sutileza, toda a energia que governava a interação entre as pessoas envolvidas se modifica.
Só quem experimenta e presta atenção pode acreditar, por isso não vamos ficar descrevendo “milagres” aqui. Só dizemos que é essa a forma como as viagens xamânicas agem: o xamã faz algo no mundo simbólico e o mundo real reage em consequência.
Carl Gustav Jung, o famoso psiquiatra criador da psicologia analítica, já apontava para o poder dos símbolos do inconsciente profundo, chamando-os de “máquinas transformadoras da realidade”. É exatamente isso que um praticante de xamanismo faz, transforma a realidade a partir dos símbolos.
Não é religião
Apesar de propiciar o contato com figuras poderosas do sagrado, válidas para toda a humanidade, como por exemplo anjos, o xamanismo não é uma prática religiosa institucionalizada. Para quem gosta de liberdade, é perfeito. Não há culto, os mestres são apenas aqueles que encontramos na nossa imaginação ativa, não há gurus ou livros sagrados, nem instruções escritas em pedra.
O xamanismo é uma interação muito viva e dinâmica com figuras que respondem, mostram-se, falam conosco – e que estão dentro de nós, no nosso inconsciente profundo.
Exatamente por isso, quando buscamos a cura ou a resolução de problemas pelo xamanismo, não depositamos confiança em nada externo. Ninguém virá nos salvar ou guiar ou dizer o que é certo.
Nós descobrimos o que é melhor para nós mesmas em cada circunstância dentro de nós, entrando em contato com nosso mestre e curador interno. O xamanismo é a prática mais democrática que existe, porque pressupõe que cada um que queira – que assim estabeleça com intenção clara – pode entrar em contato com o sagrado e o curador.
Novo relacionamento com o mundo
O xamanismo mantém nos dias de hoje o respeito que nossos antepassados nutriam pela Natureza.
Nossos ancestrais passaram muitos anos pedindo e agradecendo as bênçãos recebidas da Mãe Terra, antes de adotarem os maus modos modernos de achar que têm direito de extrair o que quiserem do planeta. Quando o contato com a Natureza era considerado sagrado, a Terra era vista como um ser vivo, que nos dava tudo o que precisávamos e recebia nosso amor. Hoje nos distanciamos dessa postura e como consequência dilapidamos o maravilhoso planeta em que habitamos, com os resultados que já estamos sentindo.
A prática do xamanismo nos coloca de volta próximas dessas forças, ouvindo os ventos, os animais, o sol. Abrir a nossa imaginação a essa comunicação não-humana nos torna mais conscientes para tudo o que já acontece em nossa volta. O respeito torna-se inevitável, porque Mãe Terra está viva e nos ouve e fala conosco.
Novo relacionamento conosco mesmas
A prática do xamanismo leva a uma nova forma de pensar. Em vez da lógica cartesiana que rege a maior parte dos conhecimentos modernos, nos abrimos para o instinto e para a percepção de sutilezas. Em vez do pensamento, exercitamos a imaginação, uma força muito mais poderosa, que nos leva a soluções criativas. Em vez de uma coisa depois da outra, causa e efeito no tempo que conhecemos, começamos a experimentar as coincidências, o que Jung chamou de sincronicidade.
E prestamos atenção a nós mesmas. O xamanismo ajuda a descobrir a sabedoria dentro de nós enterrada lá no inconsciente. A ouvir o que o corpo realmente pede, a dar pausas e conceder tempo para a introspecção. Deixamos de nos ver como máquinas de produtividade sempre abaixo do desejável e passamos a nos enxergar como seres humanos.
O xamanismo nos ensina a ver e respeitar nossas limitações, as dos outros e as do planeta. Esse respeito básico pela vida começando por nós mesmas vai permeando nossas relações e acalmando as trocas nervosas e raivosas tão comuns na pressa e na exigência do dia a dia.
Praticamos um novo tipo de ecologia interna, que se reflete fora e melhora todos os relacionamentos.
Xamanismo matricial
O xamanismo, assim, tem muitas formas e práticas, todas válidas. A primeira lição que você vai receber de nós então é: faça apenas o que a deixar confortável. Explore os limites do seu medo, coloque-se em situações novas, mas sempre dentro do que o seu coração pede.
Essa é uma das principais formas de atuação do xamanismo matricial, a linha que nós, autoras desse livro, seguimos e que foi organizada na atualidade por Carminha Levy. O xamanismo tem um lado iniciático bruto, cheio de provações, que você pode encontrar por aí mas não aqui nesse livro. Esta obra segue o coração, o acolhimento da Grande Mãe.
A sabedoria pode vir do amor e ser encontrada em meio a experiências suaves, de apoio e parceria. Nós não acreditamos que seja preciso sofrer para se aprofundar no auto-conhecimento nem para resolver os problemas de todos os dias. Os sofrimentos já aparecem sem a gente ir atrás deles, para que procurar mais?
Nesse livro você vai encontrar, assim, um xamanismo adaptado para a vida de hoje nas cidades, no estresse, na rotina. Propomos soluções que possam ser encaixadas num tipo de vida comum. E, mais ainda, esperando que cada leitora desperte a compaixão por si mesma e comece a se tratar bem. O maior problema das mães de hoje é não se verem nem ouvirem nem tratarem como seres humanos. Esperam ser mães perfeitas.
Como já dizia Jung, “o importante não é ser perfeito, mas ser inteiro”. Seres humanos nunca são perfeitos e é esse nosso ponto de partida para essa obra: a mãe possível.
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