A face humana, apesar de possuir o mesmo número de músculos que a face de um chimpanzé, mostra a adaptação a intensa e complicada vida social humana. Os chimpanzés apresentam muitas das expressões faciais básicas do ser humano, porém nós somos capazes de utilizar essas expressões com nuances de mensagens altamente complexas. Entre os mamíferos, nós somos os únicos a possuir a abertura dos olhos muito maiores que a íris, deixando uma grande porção da parte branca a vista. Apresentamos também outros sinalizadores bem evidentes, a sobrancelha e os cílios. Nossos olhos são capazes de comunicar estados sutis da mente, permitindo também ler e interpretar estados emocionais, atitudes e ações eminentes. Também note os lábios parecem aumentados em comparação ao chimpanzé. Expressões, sorrisos e contato olho a olho são mensagens não verbais e constituem um idioma internacional. Nós somos, como nossas faces constantemente revelam, criaturas muito sociais.
A tendência mais óbvia, visível dos três crânios é o aparecimento de uma frente diretamente relacionado ao aumento do cérebro e também houve mudança gradual no ângulo da face chegando a uma posição quase que perpendicular. A face humana pode ser considerada como um sinalizador onde o envio de mensagens é uma de suas funções mais importantes. Um traço difícil de ser considerado é o queixo (que só aparece no H.S.sapiens moderno), seu desenvolvimento pode ser associado ao aparecimento da linguagem e a fala que por sua vez está relacionada as modificações exigidas da garganta e boca. Portanto a face também está diretamente ligada ao nosso modo de vida (eminentemente Social). Atos complexos de comunicação são característicos de nossa espécie, que apesar de possuir idiomas completamente desenvolvidos, somos também extraordinariamente bem equipados para enviar mensagens não verbais.
Concluindo os crânios evidenciam além do aumento do cérebro o desenvolvimento gradual de uma vida social complexa pois a face provê evidência adicional de nossa existência intensamente social.
O Homem compartilha com outros primatas a visão estereoscópica, ou seja, habilidade para ver em três dimensões. Este tipo de percepção de profundidade é possível devido ao posicionamento de nossos olhos na frente de nossas cabeças. Nossos cérebros são capazes de processar as diferenças entre as imagens produzidas pelos olhos como profundidade de espaço.
Esta habilidade é fundamental para viver em ambiente arborícola e conseqüentemente foi conservado na linhagem humana. Herbívoros, como cavalos, têm freqüentemente os olhos posicionados lateralmente na cabeça, esses olhos não são adaptados para visão estereoscópica, mas sim para notar um predador que aproxima por detrás.
Compartilhamos também a capacidade para perceber cor; ou seja, possuímos cones e bastonetes. Os mamíferos, excetuando os primatas, percebem o mundo em tonalidades de cinza.
Essa habilidade dos primatas é provavelmente relacionada às necessidades de nossos antepassados em distinguir frutas maduras e verdes no hábitat arborícola, sugerindo ainda que fossem mais ativos durante o dia. Por outro lado a inabilidade da maioria dos outros mamíferos para perceber cor pode indicar a evolução a partir de animais pequenos, furtivos que sobreviveram adotando modo de vida noturno onde a percepção do colorido seria sem sentido.
Dada esta habilidade, os primatas são coloridos e respondem às cores como parte de seu comportamento social. Na figura ao lado temos um macaco sul-americano acima e um macho mandril africano. Entre os macacos a cor é também utilizada como um sinal sexual, indicando domínio entre machos e o período de receptividade ou estro em fêmeas.
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