terça-feira, 24 de maio de 2011
Folhas da Relva - Walt Whitman
Eu parto com o ar.
Sacudo minha neve branca ao sol que foge.
Desfaço minha carne em redemoinhos de espuma,
Entrego-me ao pó para crescer nas ervas que amo.
e queres ver-me novamente, procura-me sob teus sapatos.
Dificilmente saberás quem sou, ou o que significo,
Não obstante serei para ti boa saúde
E filtrarei e comporei o teu sangue.
E se não conseguires encontrar-me, não desanimes,
O que não está numa parte está noutra,
N’algum lugar estarei à tua espera.
Whitman através de mim...
Eu bebi em cada uma dessas fontes.
Cravei os dentes com vontade
Nos tenros frutos que me dispusestes.
Transformei o saber em sangue,
Fundindo-me ao que compusestes.
O resto, sobre o futuro, ninguém sabe...
O devir - como diz a tradição - só a Deus pertence.
As letras que hoje usamos - embora a grandeza da invenção -
Surgiram nas paredes das cavernas, e lá desaparecerão.
Lápis, caneta, computador... Tudo deixará de existir.
Em meio ao lixo que descartamos, vamos perdendo o pão nosso de cada dia.
E nem mesmo as cavernas permanecerão.
Se hoje é o tempo da perplexidade e do inesperado,
É também o tempo das novas descobertas, do inusitado.
Lembremos sempre que é do interior das crises
Que se partejam as superações.
UMA APRENDIZAGEM...
Baixa e longínqua é a voz que ouço.
De onde vem, fraca e vaga?
Aprisiona-me nas palavras,
Custa-me entender as coisas pelas quais pergunta.
Não sei e não sei
Como responder-lhe-ei.
Pássaros pensativos,
O amor é belo.
E o mais?
Só o vento sabe,
Só o sol sábio conhece.
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