1) Quais são as principais dificuldades da mudança? Como encará-las sem deixar de lado a qualidade de vida?
Liz Bittar: Toda mudança implica em assumir riscos. O desafio é sair de nossa zona de conforto, em direção ao novo. O medo é comum nessas horas: medo de falhar, medo de não se adaptar, medo de se sobrecarregar, medo do desafio. Se encaramos a mudança como algo positivo, então o processo é mais fácil, ainda que gere expectativa e ansiedade. Quando há um sentimento positivo, de que pode dar certo, de que a mudança será para melhor, então o processo não é doloroso.
Quando, por outro lado, as pessoas não acreditam que a mudança será para melhor, todo o processo pode causar desmotivação, desinteresse e perda de produtividade. Quando ocorrem mudanças na vida de uma pessoa, a comunicação do que acontece às pessoas próximas é muito importante. É compreensível que a dúvida resulte em insegurança. Por isso, a pessoa deve comunicar a mudança de maneira clara, de forma que as pessoas com quem se relaciona saibam o que esperar, e como se relacionar com o novo na pessoa. Quando o processo de comunicação não é aberto e claro, as pessoas sentem-se desamparadas, inseguras e é claro, se tensionam os relacionamentos, pois se tem dúvidas quanto ao futuro.
2) Quais as melhores maneiras pra se adaptar a um novo ambiente? No caso da mudança involuntária, como se preparar de última hora?
Liz Bittar: Flexibilidade e habilidade para lidar com a diversidade são duas competências importantes, que podem ser desenvolvidas. A pessoa que tem habilidade para lidar com a diversidade procura conhecer novas culturas, demonstra respeito e tolerância por culturas diferentes da sua, entende, respeita e valoriza as diferenças.
A pessoa flexível é receptiva a idéias e sugestões que visem a melhoria de processos, excelência nos relacionamentos e satisfação de expectativas, dedica-se a explorar novas formas de atuação e tem disposição para explorar novas alternativas, que beneficiem o conjunto.
A pessoa inflexível é aquela que não quer ir além do que faz, e preocupa-se mais com o que é melhor e mais cômodo para si própria. Demonstra resistência a novos procedimentos, acha tudo “complicado”, recusa-se a ver o lado positivo da mudança. Essas pessoas têm muita dificuldade para sobreviver a processos de mudança, e não têm bom desempenho em ambientes de constantes mudanças. Como eu disse anteriormente, competências podem ser desenvolvidas. Cabe a cada um analisar seus comportamentos, e fazer um exercício constante de superação, buscando adotar novos comportamentos que o tornarão mais flexível, mais tolerante com as diferenças ou mais sensível aos interesses do grupo, por exemplo.
3) O que é importante levar em consideração numa mudança?
Liz Bittar: Cada um deve fazer uma autoanálise e decidir até que ponto está disposto a investir na mudança, e trabalhar por ela, empenhando-se genuinamente pela obtenção de resultados positivos para si e para as pessoas proximas. É preciso ponderar todos os aspectos envolvidos em uma mudança: carreira, vida pessoal, futuro, prós e contras. Quando temos uma meta clara, e podemos vislumbrar o horizonte lá na frente, fica mais fácil definir ações para atingir esta meta. O mais difícil, creio eu, é não ter uma visão clara do que nos espera no futuro. Por isso, aconselho sempre que se busque o diálogo.
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